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Lado Rural

Empresa chinesa monitora gado em MS para desenvolver nova tecnologia

Gigante da comunicação, Huawei atuará em parceria com a Embrapa Gado de Corte até abril de 2022

Nyelder Rodrigues | 04/08/2021 18:18
Local onde bovinos serão pesados em balança que funcionará integrada a nova tecnologia. (Foto: Divulgação)
Local onde bovinos serão pesados em balança que funcionará integrada a nova tecnologia. (Foto: Divulgação)

Embrapa (Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária) e a gigante chinesa da comunicação Huawei firmaram uma parceria para monitorar e desenvolver uma nova tecnologia de gestão de animais no pasto. A pesquisa, orçada em R$ 1,2 milhões, será desenvolvida na sede da Embrapa em Campo Grande, com 32 bovinos.

A área em que será desenvolvido o projeto tem 18 hectares, onde serão coletados de forma automática os dados que vão ser compilados e, posteriormente, usados para desenvolver a tecnologia pertencente a empresa chinesa - a Embrapa participa como parceira do projeto que visa melhorar o bem estar animal e a produção.

"Uma série de sensores ficarão monitorando os animais e outras situações. São três variáveis. Uma delas é o ganho de peso. A outra, são os parâmetros fisiológicos do animal, como a temperatura, respiração, entre outras que vão nos revelar e as condições de bem estar", explica o pesquisador Roberto Giolo.

Formado em Agronomia, Giolo é integrante da equipe da Embrapa desde 2007 e desenvolve, desde o ano posterior de sua entrada, pesquisas com relação ao bem estar dos animais. Nessa pesquisa em específico, o terceiro parâmetro a ser coletado pelos sensores são a temperatura ambiente, umidade, entre outros dados externos ao animal.

"Tudo será feito em tempo real e vai permitir que o produtor tenha noção de quanto o animal ganha de peso por dia, ver os indicativos de estresse de uma maneira geral. Isso dará subsídio para ele ter noção de quando intervir, ter a condição de ver os índices adequados e, quando piorar, saber o que está acontecendo", frisa.

Giolo é um dos nomes à frente da pesquisa em Campo Grande, e conta ainda que esse estudo deve durar um ano, já estando em desenvolvimento há quatro meses. Porém, o monitoramento vai começar apenas em um ou dois meses, durando até abril de 2022.

Equipamento vai ficar na cabeça dos bovinos para monitorar dados que indicarão bem estar e produtividade deles (Foto: Divulgação)
Equipamento vai ficar na cabeça dos bovinos para monitorar dados que indicarão bem estar e produtividade deles (Foto: Divulgação)

"Como a Embrapa já possui expertise tanto no manejo e comportamento animal, como na questão da aplicação de tecnologia na produção rural, a Huawei nos procurou para firmar essa parceria", destaca o pesquisador, completando que a tecnologia deve ser posteriormente disponibilizada pela empresa chinesa ao grande público.

Além dos sensores, que devem ficar na cabeça, colares e uma balança de passagem devem ser usados de forma integrada para melhorar a produtividade e o bem estar dos bovinos. Ao lado da Huawei e da Embrapa, também participa do projeto o CPQD (Centro de Pesquisa e Desenvolvimento em Telecomunicações).

Na Embrapa, além do departamento Gado de Corte, na capital sul-mato-grossense, também está envolvido o departamento de Informática Agropecuária, do interior de São Paulo. Ela é quem vai coordenador o trabalho para desenvolver os algoritmos de Inteligência Artificial que darão suporte às aplicações da pesquisa.

"Esse conjunto de dados de sensores, aliado à rede de Internet das Coisas e Inteligência Artificial, vai ajudar a antecipar o ganho de produtividade dos animais e aferir se o sistema de produção está alinhado às boas práticas", conta o analista de TI da Embrapa, Camilo Carromeu - que fica na unidade paulista da estatal.

As informações coletadas na pesquisa, segundo Camilo, são importantes também para a adoção de protocolos e a certificação dos produtores, com a obtenção do selo CNC (Carne Carbono Neutro) ou CBC (Carne de Baixo Carbono).

A aferição das condições de bem-estar animal serão feitas com dispositivos eletrônicos conhecidos como BEP (Plataforma Eletrônica Bovina, na já traduzido ao português). A tecnologia foi desenvolvida pela Embrapa e pela UFMS (Universidade Federal de Mato Grosso do Sul), e transferida para a startup parceira Indext Soluções Tecnológicas.

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