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Lado Rural

Mapa altera zoneamento agrícola para culturas de inverno em MS e 9 estados

Embrapa Agropecuária Oeste, em MS, testa desde o ano passado 26 cultivares de trigo para o Estado

Por José Roberto dos Santos | 05/01/2024 14:55
Lavoura de trigo cultivada em MS. Estado já teve 400 mil hectares plantados com o grão e hoje tem 30 mil. (Foto: Arquivo/Embrapa Agropecuária Oeste)
Lavoura de trigo cultivada em MS. Estado já teve 400 mil hectares plantados com o grão e hoje tem 30 mil. (Foto: Arquivo/Embrapa Agropecuária Oeste)

O Mapa (Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento) publicou no final do ano passado (28 de dezembro) portaria com a atualização na indicação do cultivo de cereais de inverno e permitiu o aprimoramento na gestão de riscos em culturas como trigo, triticale, cevada e aveia, valendo para o ZARC (Zoneamento Agrícola de Riscos Climático).

No Brasil, além de Mato Grosso do Sul, outros 9 estados brasileiros possuem indicação para cultivo de cereais de inverno, tanto em sistema de sequeiro como irrigado: Rio Grande do Sul, Santa Catarina, Paraná, São Paulo, Minas Gerais, Goiás, Mato Grosso e Bahia, além do Distrito Federal.

A Embrapa Agropecuária Oeste, de Dourados (MS), em parceria com a Cooperalfa, está testando desde agosto de 2023, já em fase final de validação, 17 cultivares de trigo, para aumentar a produção do cereal  em Mato Grosso do Sul. Além disso, outras nove cultivares da Embrapa também estão sendo avaliadas para plantio no estado. O objetivo é tornar o estado novamente forte nesse setor, como nas décadas de 1970 e 1980, quando as lavouras de trigo ocupavam cerca de 400 mil hectares.

Segundo fonte ligado à Embrapa Trigo, de forma geral, a atualização dos ZARC para cereais de inverno no Brasil, contemplando trigo, triticale, cevada e aveia, sistemas sequeiro e irrigado, e, no caso do trigo, também de duplo propósito (produção e forragem + grão), contemplou os principais riscos climáticos para esses cultivos: excesso de chuva no período de colheita, geada no espigamento e seca na semeadura e/ou enchimento de grãos. O ZARC traz orientações em escala municipal, de acordo com o ciclo de cada cultivar e da disponibilidade de água de cada solo.

O Zoneamento Agrícola de Riscos Climático entrou em operação na safra de inverno de 1996 com a cultura do trigo. Desde então, tem sido uma importante ferramenta de gestão de riscos e indução de uso de tecnologia na agricultura brasileira.

Limites de riscos

Conforme nova metodologia do ZARC, agora é possível melhor discriminação dos limites de risco – 20%, 30% e 40% – em escala municipal. “A mudança atendeu os anseios dos segmentos ligados à produção, que não se sentiam adequadamente contemplados nos três tipos de solos que vinham sendo até então considerados, e dos profissionais da área de seguro agrícola, que reivindicavam, na esfera privada, melhor discriminação espacial dos riscos climáticos que afetam a agricultura brasileira”, explica o pesquisado Gilberto Cunha, da Embrapa Trigo.

O padrão ZARC, com resultados em escala municipal, para três grupos de cultivares, com a indicação de períodos favoráveis de semeadura em três níveis de risco (20%, 30% e 40%) e, agora, para seis níveis de disponibilidade de água nos solos, segue o mesmo protocolo estabelecido pelo Ministério da Agricultura e Pecuária.

* Com informações da Embrapa Trigo.

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