Municípios produtores de soja têm os melhores índices de desenvolvimento em MS
Estudo feito pelo Sistema Famasul faz correlação entre produção de soja e o Índice de Desenvolvimento Humano
Resultado de estudo divulgado no final da manhã desta quinta-feira, 6, pelo Departamento Técnico do Sistema Famasul, mostra a importância do cultivo da soja para o sistema agroindustrial, comércio exterior e para o desenvolvimento socioeconômico de Mato Grosso do Sul. O estudo revelou que os municípios que mais produzem soja são exatamente aqueles que tem maior IDH (Índice de Desenvolvimento Humano). Nesta safra 2022-23, a produção total do grão resultou em 15 milhões de toneladas.
O estudo, denominado “A importância do setor do complexo soja para a economia de MS” comprova que a economia do Estado é cada vez mais impulsionada pelo grão e mostra um Mato Grosso do Sul com o setor agropecuário profundamente enraizado em sua história.
O cálculo do IDH é feito mediante a média dos critérios avaliados pelos indicadores: renda, escolarização e expectativa de vida.
"Como Mato Grosso do Sul é um Estado muito forte no agronegócio, em especial na produção de soja, nós buscamos evidenciar, por meio desse estudo técnico, a importância da soja para economia do Estado. Nós evidenciamos a parte econômica e a parte social, como o IDH (Índice de Desenvolvimento Humano). Fizemos uma correlação entre os municípios que mais produzem soja com o IDH e identificamos que os maiores produtores são os que têm o maior Índice de Desenvolvimento Humano”, avalia Jean Américo, analista de economia da Famasul.
Essa grandiosidade é vista quando são relacionados os municípios com maior produção de soja com o IDH. De acordo com o estudo do Detec, em uma escala de 0 a 1 a correlação foi de 0,7, evidenciando a importância da produção de soja para o desenvolvimento municipal. As principais cidades produtoras do grão apresentam os maiores IDHs do Estado.
É o caso de Maracaju, Ponta Porã, Sidrolândia e Dourados, que estão no grupo dos quatro maiores IDHs e entre os 10 maiores produtores de soja. Um indício de correlação entre produção de soja e desenvolvimento. Isso geralmente se dá pelos bons resultados nas lavouras daqueles municípios que trazem evolução diretamente aos moradores, gera empregos, faz a economia girar, e afeta positivamente do pequeno ao grande empreendedor daquela cidade.
Geração de emprego
A capacidade do complexo soja de gerar empregos também não deve ser subestimada. Conforme os dados do Caged (Cadastro Geral de Empregados e Desempregados), os setores de “lavouras temporárias”, “moagem de soja” e “fabricação de óleo de soja” possuem cerca de 3,3 mil empregos formais no Estado, segundo o estudo técnico. Estes são empregos diretos do complexo soja.
“Temos tanto o impacto direto, que são os empregos gerados pela lavoura, como os impactos indiretos, que são questões como o transporte e as exportações. Tem todo um segmento que impacta direta e indiretamente nos empregos gerados pela produção de soja no Estado”, analisa Jean Américo.
Já quando se leva em conta os empregos indiretos, conforme relatório do Detec, são 10,3 mil cargos em outros setores como transportadoras, fabricação de máquinas, comércio, entre outros. Totalizando 13,7 mil empregos gerados pelo complexo soja direta e indiretamente.
Mercado externo
Conforme o Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, o complexo soja representa 36% do valor exportado por Mato Grosso do Sul em produtos agropecuários.
Além de ser importante pelos vários destinos em 2022, foram aproximadamente 4,9 milhões de toneladas exportadas de produtos da soja, resultando uma receita de US$ 3,03 bilhões. Mato Grosso do Sul foi o 8° maior exportador entre as unidades federativas do Brasil, sendo que o estado sofreu com uma quebra de safra que limitou significativamente a capacidade de ofertar o produto.
“Quando a gente olha a questão das exportações, nós observamos a geração de divisas para o estado. Quando exportamos, estamos gerando riqueza para nosso estado. Boa parte nós consumimos internamente, o restante nós exportamos. Principalmente para a China e para o nosso vizinho, a Argentina. Isso tem um efeito multiplicador que é gerado na economia, com a prestação de serviços, o produtor rural gera renda. Tudo isso gera um impacto na sociedade”, finaliza Jean Américo, analista de economia da Famasul.
Na imagem é possível observar a dimensão do número de países que importaram a soja de MS, sendo que os 10 principais importadores do grão em volume foram: China, Argentina, Coreia do Sul, Vietnã, Irã, Paquistão, Tailândia, Taiwan, Bangladesh e Indonésia, respectivamente.
* Com informações do Sistema Famasul
* Matéria editada às 15h18 para acréscimo de informações.