Seca ajuda colheita da cana e moagem é de 48 milhões de toneladas no Centro-Sul
Processamento da cana cresce quase 13%; MS tem 20 usinas de cana e duas de etanol de milho em atividade
Na segunda quinzena de junho, as unidades produtoras da região Centro-Sul processaram 48,80 milhões de toneladas ante a 43,19 milhões da safra 2023/2024 – o que representa um aumento de 12,99%. No acumulado desde o início da safra 2024/2025 até 1º de julho, a moagem atingiu 238,40 milhões de toneladas, ante 210,48 milhões de toneladas registradas no mesmo período no ciclo 2023/2024 – um avanço de 13,27%. A região Centro-Sul engloba os estados de Mato Grosso do Sul, São Paulo, Mato Grosso, Goiás e Minas Gerais.
O diretor de Inteligência Setorial da Unica (União da Indústria de Cana-de-Açúcar e Bioenergia), Luciano Rodrigues, explica em nota técnica para a imprensa que “o avanço de moagem registrado até o momento está relacionado à antecipação de início das operações nos primeiros meses da safra e, especialmente, à condição climática que tem favorecido a colheita no atual ciclo”. A moagem mais acelerada pode resultar em antecipação da colheita, com risco de intensificar o impacto do clima seco no rendimento da lavoura em algumas áreas, conclui o executivo.
Ao término da segunda metade de junho, 256 unidades estavam em operação no Centro-Sul, sendo 238 unidades com processamento de cana-de-açúcar, nove empresas que fabricam etanol a partir do milho e nove usinas flex.
MS já se consolida como grande produtor
O MS tem 20 usinas de cana em operação, além de duas de etanol de milho. O Estado já se destaca em nível nacional ocupando a quarta posição no ranking de produção de etanol de cana-de-açúcar e a segunda posição na produção do etanol de milho, que juntos somaram 3,8 bilhões de litros na safra passada (75% da cana e 25% do milho).
Segundo informações da Semadesc (Secretaria de Meio Ambiente, Desenvolvimento, Ciência, Tecnologia e Inovação), os dados que projetam Mato Grosso do Sul como futura potência na produção desses biocombustíveis vêm da dimensão da área plantada de cana-de-açúcar no Estado, que já chega a 800 mil hectares espalhados em 42 municípios, e na quantidade de usinas instaladas e em atividade: 20. O setor responde por 120 mil empregos diretos e indiretos e representa 16% do PIB (Produto Interno Bruto) Industrial.
Pesquisa nacional de produção
Técnicos da Conab (Companhia Nacional de Abastecimento) realizam pesquisa junto às indústrias sucroalcooleiras para coletar dados da safra de cana-de-açúcar em todo o País. O período de levantamento começou nesta semana e segue até o dia 20 de julho. Segundo a companhia, as informações serão utilizadas no 2° Levantamento do ciclo de 2024/2025.
Os estados pesquisados são: Mato Grosso do Sul, Amazonas, Pará, Tocantins, Maranhão, Piauí, Rio Grande do Norte, Paraíba, Pernambuco, Alagoas, Sergipe, Bahia, Mato Grosso, Goiás, Minas Gerais, Espírito Santo, Rio de Janeiro, São Paulo e Paraná.
Na pesquisa, a Conab sairá para campo em todos os estados produtores de cana-de-açúcar para o setor sucroenergético, levantando informações de área, produtividade e produção de cana-de-açúcar, bem como a produção de etanol anidro, hidratado e açúcar nas mais de 300 unidades de produção do setor sucroenergético.
Além dos dados tradicionais, como produção, produtividade e área cultivada, a pesquisa contempla informações sobre a produção de açúcar total recuperável (ATR), açúcar e etanol, bem como os sistemas de colheita. Adicionalmente, o levantamento engloba a produção de etanol derivado do milho, que já apresenta um expressivo e crescente volume de produção.
Os números do 2º Levantamento da Safra 2024/2025 de Cana-de-Açúcar em todo o País serão divulgados no dia 22 de agosto.