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Lado Rural

Suplementação do rebanho na recria promove aumento da produtividade nas fazendas

Um dos desafios da recria é o período sem chuvas constantes nas fazendas, o que reduz a qualidade dos pastos

José Roberto dos Santos | 28/07/2023 14:00
Rebanho bovino em fase de recria recebe suplementação mineral no cocho. (Foto: Divulgação)
Rebanho bovino em fase de recria recebe suplementação mineral no cocho. (Foto: Divulgação)

Quando o assunto é recria, a gestão eficiente de uma propriedade pecuária é uma importante ferramenta do pecuarista para garantir o sucesso dessa etapa do processo produtivo. Ela tem início a partir do desmame e duração média de 12 meses. A nutrição é um dos pilares para o desenvolvimento dos animais, a formação de sua estrutura e a redução do tempo de recria, e a suplementação é um diferencial para o êxito dessa atividade.

Em Mato Grosso do Sul a produção de animais de reposição constitui importante segmento da pecuária, com destaque para o Pantanal. As oportunidades de negócios envolvendo animais para reposição em Mato Grosso do Sul mobilizam compradores e vendedores e o Cepea (Centro de Estudos em Economia Aplicada) tem no Estado uma referência de mercado ao traçar parâmetros para o preço do bezerro, principalmente.

A produção de bovinos em regime de pastagem tem papel considerável na atividade por ser de menor custo em relação a outras formas de produzir os animais. Diante disso, entender sobre o crescimento do gado, a caracterização da pastagem e alternativas para aproveitar o máximo potencial dos pastos para animais de recria são fatores essenciais para alcance de maior produtividade.

Suplementar bovinos em pastagem na recria é uma das formas mais práticas e efetivas de alterar a curva de crescimento deles, principalmente em situações em que o pasto não apresenta boa qualidade. Além do objetivo de elevação no ganho médio diário, a suplementação pode ser usada de forma estratégica para aumentar a capacidade de suporte das pastagens, contribuir para fornecimento de aditivos melhoradores de desempenho e auxiliar no manejo de pastagem.

“O aumento no ganho de peso dos animais pode proporcionar que bovinos nascidos na época de parição (agosto, setembro e outubro) de matrizes que permaneceram em estação de monta serão abatidos antes da segunda seca na propriedade, o que é vantajoso para o negócio do pecuarista”, detalha a responsável técnica da empresa Minerthal, Letícia de Souza Santos.

Seca: o obstáculo da recria

Um dos desafios da recria é justamente o período sem chuvas constantes nas fazendas, o que reduz a qualidade do pasto disponível para o rebanho. Como o desmame geralmente coincide com o início da época seca do ano, o começo da recria já se apresenta com um desafio alimentar.

A base da suplementação é compreender que o objetivo dela é otimizar a fermentação ruminal, consequentemente aumentando a digestibilidade da fibra para obtenção de energia para o ruminante, e melhorar a eficiência de síntese microbiana que será utilizada pelo bovino.

“A suplementação durante o período seco do ano vem para complementar a qualidade da forragem, fornecendo os nutrientes não disponibilizados por ela. Isso promove o crescimento de microrganismos no rúmen, elevando a digestibilidade do pasto de baixa qualidade, o consumo de matéria seca e a energia digestível”, aponta Letícia.

Suplementos proteicos, energéticos ou proteico-energéticos são indicados nesse tipo de situação, segundo a profissional. “Por meio da suplementação da dieta, garantimos o melhor funcionamento do organismo do animal e o melhor aproveitamento dos nutrientes, sejam eles ingeridos via pastagem ou suplemento. Dessa forma, criam-se as condições ideais para a manutenção da reserva de energia dos animais e o ganho de peso adequado”.

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