Agesul fiscaliza estradas para conter turvamento dos Rios da Prata e Formoso
Trabalho envolve acompanhamento de sedimentos nas estradas e resultou na construção de 120 bacias de contenção
Após denúncias apontando para a possibilidade de ameaça para os rios turísticos das regiões de Bonito e Jardim, e em meio a várias ações já anunciadas pela administração estadual para ampliar a fiscalização, a Agesul (Agência Estadual de Gestão de Empreendimentos) informou nesta segunda-feira (14), que mantém “um rigoroso controle de sedimentos” nas rodovias estaduais que servem os municípios e são usadas para escoamento da produção agropecuária e mineral.
O trabalho, promovido há seis meses na MS-178 e na MS-382, envolve o controle de enxurradas que se deslocam de propriedades rurais e chegam a rios e córregos. Conforme a agência, é realizada contenção por meio de bacias nas margens das duas estradas –que cruzam recursos hídricos que atraem milhares de visitantes todos os anos–, sendo que a maioria das propriedades de pecuária e agricultura com declive para as vias não segue a legislação quanto a implantação de curvas de nível para controle do solo.
Nesses seis meses, quando surgiram as primeiras notícias sobre turvamento de águas nos Rios Formoso e da Prata, decorrente de terras arrastadas para os leitos, foram construídas 90 barreiras para conter erosões e acidentes ambientais. A MS-178, conhecida como Estrada do Curê, recebeu a maioria das intervenções, com proprietários rurais sendo multados por não adotarem medidas de contenção das enxurradas que chegaram ao Rio da Prata.
Conforme explicou Edmilson Nogueira Escobar, gerente regional da Agesul em Jardim, as barreiras (conhecidas como “bigodes”) quebram a velocidade das águas e as direcionam para bacias de contenção.
Na MS-382, o serviço protegeu o Córrego Seco, um dos afluentes do Rio Formoso, com a implantação de 40 bacias de contenção. Em 15 quilômetros da Estrada do Curê, onde também há pavimentação, foram abertas 80 bacias com até três metros de profundidade nas laterais da rodovia, protegendo arredores da via que liga a região a Porto Murtinho pela BR-267.
“Estamos constatando que os proprietários estão fazendo a sua parte, abrindo curvas de nível nas lavouras de soja, mas as áreas de pecuária também precisam controlar o solo”, apontou o gerente.