Governador fará decreto com novas regras para proteger o Rio da Prata
No mês de novembro, o rio, conhecido pelas águas cristalinas, foi tomado pela lama
O governador Reinaldo Azambuja (PSDB) anunciou hoje (dia 13) que vai publicar um decreto específico para proteção do Rio da Prata, compartilhado pelos municípios de Bonito e Jardim.
“Vai ser publicado um decreto estabelecendo regramento específico para a região. Precisa de maior proteção, cuidado do solo e a produção deve ser com sustentabilidade para não trazer problemas ambientais”, afirma Reinaldo.
O novo decreto também vai salvaguardar os rios Salobra e Formoso. No mês de novembro, o Rio da Prata, conhecido pelas águas cristalinas, foi tomado pela lama. Nele, termina o passeio de flutuação por quem vem pelo rio Olho D’Água.
O turvamento do Rio da Prata foi atribuído ao grande volume de chuva em pouco tempo, estradas sem caixa de contenção e os sedimentos que saíram de duas fazendas, na troca de pecuária por lavoura. A mudança da atividade econômica está em expansão em Bonito, município vizinho a Jardim.
“O próprio governo e as prefeituras locais precisam olhar para as rodovias que passam ao redor dos rios e verificar as caixas de contenção”, afirma o governador. O decreto vai trazer regras específicas e será publicado pelo Imasul (Instituto de Meio Ambiente de Mato Grosso do Sul) nos próximos dias.
Drenos - Bonito e Jardim compartilham o Brejão do Rio da Prata, área úmida com 5 mil hectares que abrange várias fazendas. O local atua com função similar ao rim, mas filtrando os sedimentos. A região tem várias pequenas nascentes e os solos férteis atraem a agricultura.
Do lado de Bonito, a PMA identificou, no ano de 2016, 46 quilômetros de drenos para secar a área de banhado, propiciando o uso para agropecuária, na fazenda São Francisco e aplicou multa milionária.
Primeiro, a área em litígio ficou interditada pela Justiça. Contudo, em fevereiro do ano passado, o proprietário informou uma reviravolta: o Imasul revogou o termo de paralisação sobre a área, autorizando a continuidade da atividade.
Em 21 de maio, a Justiça de Bonito revogou a decisão que proibia o funcionamento dos drenos. No fim do ano, o instituto justificou que fará levantamento para que os drenos fechados de maneira segura para o meio ambiente, sem levar sedimentos para o rio.