Água barrenta que atingiu Rio da Prata saiu de fazenda que cultiva soja
Área é arrendada e a cultura está em fase inicial, segundo a Polícia Militar Ambiental
A PMA/MS (Polícia Militar Ambiental de Mato Grosso do Sul) afirma que identificou a fazenda de onde saiu a água com barro que atingiu o Rio da Prata, em Jardim. Na área, localizada a 2 km da região afetada, há plantio de soja.
Na sexta-feira (dia 16), uma chuva forte foi registrada na cidade. O Prata, rio que corta o balneário daquela cidade, mudou o tom cristalino para uma água completamente cheia de barro. Além de espantar turistas, o principal problema é o prejuízo ao meio ambiente.
Segundo nota da corporação, os policiais vistoriaram fazendas da região desde sábado (dia 17) para identificar o que teria causado a turbidez nas águas do Rio da Prata. A busca partiu do ponto de afluência da mudança da coloração da água.
A identificação também passou pelo uso de drone, para registro de imagens aéreas. A conclusão que se chegou, segundo a PMA, foi de “possibilidade do sedimento ter saído de uma fazenda de plantio de soja, com terreno gradeado e a cultura em estágio inicial”.
Foi verificado que a chuva intensa causou enxurrada, encheu uma represa construída para contenção da água de escoamento, “a qual não suporta a totalidade de água, que teria sido carreada com sedimento ao Rio da Prata”.
Ainda de acordo com a Polícia Militar Ambiental, a fazenda é arrendada e tem atividade agrícola licenciada pelo órgão ambiental. A partir da constatação da fiscalização, um relatório será encaminhado ao Imasul, para avaliação de possível descumprimento das condições do licenciamento.
Se for constatada irregularidade, quem está com a terra arrendada poderá ser multado. Uma ação no Ministério Público também deve entrar com uma ação civil pública para reparação de danos.
Grave
O secretário da Semagro (Secretaria de Estado de Meio Ambiente, Desenvolvimento Econômico, Produção e Agricultura Familia), Jaime Verruck, disse que a situação no Rio da Prata é grave e medidas emergenciais já estão previstas naquela região.
“Estamos acompanhando os fatos, já tivemos essa situação no município de Bonito. Primeiro é a questão do volume de chuvas, nós já fizemos várias reuniões com o trade turístico e com os sindicatos rurais. Reconhecemos a gravidade da situação. Tem que haver uma situação de política pública, mesmo quando chove pouco”, comentou mais cedo o titular.