Campanha em vídeo pede que população denuncie queimadas no Pantanal
De janeiro a agosto número de focos de incêndio no Pantanal, já equivale a toda área devastada nos 6 anos anteriores
“Pequenas faíscas, grandes incêndios”, campanha lançada nas redes sociais quer conscientizar, prevenir e ajudar no combate aos incêndios no Pantanal, que já atingiram um recorde trágico nos primeiros oito meses de 2020.
Criada pelo Observatório do Pantanal, uma organização para preservação ambiental, o objetivo da campanha é sensibilizar a população para os riscos dos incêndios, principalmente nesta época de seca severa.
“Queremos alertar sobre os perigos e danos causados pelo fogo no Pantanal, conscientizando sobre o manejo correto do fogo e orientando como denunciar os incêndios criminosos, a fim de inibir que novos eventos como estes ocorram”, explicou a facilitadora da organização e analista de conservação do WWF-Brasil Paula Isla Martins.
Ela ainda destaca que os incêndios no Pantanal ultrapassam as fronteiras entre Brasil, Paraguai e Bolívia e soluções devem ser pensadas em conjunto.
“A campanha visa unir esforços em todos os países afetados, mostrando o problema e compartilhando as lições aprendidas para melhorarmos as estratégias de prevenção e combate a cada ano”, disse Paula.
O IHP (Instituto Homem Pantaneiro) também faz parte da campanha, e esta atuando no combate aos incêndios na região da Serra do Amolar e além do vídeo que está sendo divulgado, o objetivo é trabalhar ainda com ações emergenciais de doações de equipamentos de proteção e combate ao fogo e treinamentos para brigadas comunitárias com o PrevFogo/ Ibama em MS.
No vídeo, o instituto lembra que pequenas faíscas podem causar grandes incêndios, em sua maioria por ação humana, como bitucas de cigarro mal apagadas, fogueiras e preparação incorreta da pastagem que causam danos imediatos e cumulativos e pede que a população denuncie as queimadas criminosas.
Recorde trágico - De janeiro a agosto o número de focos de incêndio no Pantanal, já equivale a toda área devastada no nos seis anos anteriores. Foram 10.153 focos de incêndio no Pantanal, (65%) deles em Mato Grosso do Sul e (35%) no Mato Grosso.
Os dados registrados pelo Inpe (Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais), mostram que os focos deste ano, são o maior volume já registrado pelo órgão em mais de 20 anos da série histórica disponível, desde 1999.
Segundo o Ibama, até dia 08 de setembro o acumulado de focos chegou a 12.042 e neste ano os incêndios já devastaram 2,3 milhões de hectares no Pantanal, sendo 1,2 milhões no Estado vizinho, Mato Grosso e 1, 081 milhão em Mato Grosso do Sul. Os dados são do Lasa (Laboratório de Aplicações de Satélites Ambientais) da UFRJ (Universidade Federal do Rio de Janeiro).