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Meio Ambiente

Capital implanta zoneamento ecológico-econômico para planejar crescimento

Estudo visa fundamentar decisões de agentes públicos e privados na implantação de planos e projetos

Rosana Siqueira | 15/01/2020 16:53
Zoneamento ecológico traz características de cada uma das cinco regiões do município. (Arquivo)
Zoneamento ecológico traz características de cada uma das cinco regiões do município. (Arquivo)

Pela primeira vez Campo Grande conta com um raio X da área urbana e rural para caracterização de território e auxiliar no planejamento de empreendimentos. A Prefeitura de Campo Grande publicou hoje no Diário Oficial do município a lei que institui o Zoneamento Ecológico-Econômico do Município de Campo Grande – ZEE CG. O objetivo é fundamentar as decisões dos agentes públicos e privados quanto à implantação de planos, programas, projetos, empreendimentos e atividades que, direta ou indiretamente, utilizem recursos naturais, assegurando o equilíbrio das condições socioeconômica e ambiental.

A ZEE CG é a terceira aproximação do Zoneamento Ecológico-Econômico do Estado de Mato Grosso do Sul, instituído pela Lei Estadual n. 3.839, de 28 de dezembro de 2009, em conformidade com a Lei Municipal n. 3.612, de 30 de abril de 1999, que institui o Sistema Municipal de Licenciamento e Controle Ambiental – SILAM,

De acordo com o diretor de planejamento ambiental da Planurb, Rodrigo Giansante, pela primeira vez a Capital conta com um estudo deste tipo. “O Estado já tinha um zoneamento e com base no estudo realizamos em Campo Grande o primeiro instrumento de planejamento neste sentido. A meta é entender o território do município como um todo, estabelecendo a caracterização e as potencialidades e peculiaridades de cada região”, explicou.

Giasante afirma que para a implementação do ZEE CG foram utilizados estudos, normas, planos, programas e projetos destinados a orientar as iniciativas do Poder Executivo. Foram criadas zonas ecológico-econômicas para o território municipal, por meio de estudos da biodiversidade, aspectos físicos e socioeconômicos. “Isso contribui para a definição de estratégias para o desenvolvimento econômico sustentável”, destacou lembrando que o estudo segue as diretrizes das políticas nacional, estadual e municipal visando à instrumentalização da governança local e do desenvolvimento sustentável.

O zoneamento vai ainda auxiliar a definição de planos, programas e projetos prioritários para o uso e a gestão do território do município, e colaborar para a definição, de forma compatível, das áreas para a instalação de empreendimentos e ou atividades econômicas, industriais e comerciais.


Bacias - O zoneamento organiza a cidade por cinco bacias hidrográficas e traz o que cada uma tem de diferencial. São elas: Zona Ecológica-Econômica do Ceroula – ZEE CE; Zona Ecológica-Econômica do Guariroba/Lageado – ZEE GUA/LAGE; Zona Ecológica-Econômica do Anhanduí – ZEE ANHA; Zona Ecológica-Econômica do Ribeirão Lontra – ZEE RLON; Zona Ecológica-Econômica Sede Urbana – ZEE URB.
Com relação às características e potencialidades as zonas ecológicas são assim descritas:

I - Zona Ecológica-Econômica do Ceroula – ZEE CE – composta em sua totalidade pela Área de Proteção Ambiental da Bacia do Córrego Ceroula, apresenta potencial para possível sistema de captação de água para abastecimento de Campo Grande; possui integração com ZEE Sede Urbana e com rodovias pavimentadas, predominância de pequenas propriedades e solos férteis, está localizada ao Norte do município de Campo Grande, limita-se ao Sudoeste com Terenos, ao Norte com Rochedo e Jaraguari, a Sudeste com a ZEE GUA/LAGE e ao Sul com a ZEE URB;

II - Zona Ecológica-Econômica do Guariroba/Lageado – ZEE GUA/LAGE – composta, além de outras áreas, pelas Áreas de Proteção Ambiental dos mananciais dos Córregos Guariroba e Lageado, principais fontes de abastecimento de água do município; possui integração com ZEE Sede Urbana e com rodovia federal e a ferrovia, com predominância de pequenas propriedades e solos de média fertilidade, está localizada ao Nordeste do município de Campo Grande, limita-se ao Norte com Jaraguari, a Leste com Ribas do Rio Pardo, ao Sul e a Oeste com a ZEE ANHA;

III - Zona Ecológica-Econômica do Anhanduí – ZEE ANHA – maior área em extensão territorial, abrangendo, além de outras áreas, o distrito de Anhanduí, polo de produção artesanal e de alimentos, possui integração com ZEE Sede Urbana e com rodovias federais e estaduais, com predominância de pequenas propriedades e solos de média fertilidade, está localizada no centro do município de Campo Grande, limita-se a Sudeste com a ZEE RLON, a Oeste com Terenos e Sidrolândia, a Sudoeste com Nova Alvorada do Sul e a Nordeste com Ribas do Rio Pardo;

IV - Zona Ecológica-Econômica do Ribeirão Lontra – ZEE RLON – área com expressiva vegetação nativa e conectividade entre fragmentos, com predominância de grandes propriedades, menor disponibilidade de vias de acesso e solos de baixa fertilidade, localizada a Sudeste do município de Campo Grande, limita-se a Noroeste com a ZEE ANHA, a Leste com Ribas do Rio Pardo, ao Sul e ao Sudoeste com Nova Alvorada do Sul;

V - Zona Ecológica-Econômica Sede Urbana – ZEE URB – localizada a Noroeste do município de Campo Grande, limita-se ao Norte com a ZEE CE, ao Sul com a ZEE ANHA, a Oeste com Terenos e a Leste com a ZEE GUA/LAGE, compreendendo o perímetro urbano e a Zona de Expansão Urbana.

“Esta divisão por bacia permite estabelecer zoneamento e atribuir sobre cada bacia algumas áreas de gestação. O que recuperar, o que consolidar, o que empreender., Aí a gente vai estabelecendo as características de cada uma na área de gestão”, salientou Giasante.
O diretor da Planurb ainda salienta que o estudo tem um foco direcionado para o crescimento com sustentabilidade. “Além do olhar econômico a ferramenta ajuda a estabelecer planejamento levando em consideração a hidrografia, os solos indicados, a relevância ambiental e até para restrições de determinadas empresas. Ou seja o zoneamento combina elementos sociais e meio físico para entender melhor o território, o meio físico e potencializar a melhor utilização”, conclui.

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