Coleta seletiva começa a partir de julho em 120 bairros de Campo Grande
Se empilhadas, as 252 mil toneladas de lixo produzidas anualmente pela população de Campo Grande resultariam em 42 prédios de 18 andares. Para tentar frear tamanha produção de resíduos sólidos e garantir sobrevida de ao menos seis anos para o aterro sanitário, a prefeitura lança em primeiro de julho mais uma tentativa de implantar a coleta seletiva.
Com o slogan “Reciclar é Vida”, o projeto vai começar por 120 bairros, num total de 32 mil domicílios. A iniciativa foi aprovada pela Câmara Municipal na última semana e hoje o titular da Semadur (Secretaria Municipal de Meio Ambiente e Desenvolvimento Urbano), Marcos Cristaldo, detalhou a proposta aos vereadores.
O projeto será implantado na região dos bairros Carandá, Autonomista, Santa Fé, Veraneio, Chácara Cachoeira, Bela Vista, Tiradentes, São Lourenço, TV Morena, Vilas Boas e Vila Carlota. O fato de a região corresponder a bairros com maior poder aquisitivo não é coincidência.
Segundo o secretário, quanto maior a renda, maior o consumo e, portanto, produção de lixo. Nestas 11 regiões, serão distribuídas sacolas verdes, destinadas ao lixo reciclável. Os moradores deverão separar o lixo úmido, seco e perigoso (pilhas e lâmpadas).
O primeiro será levado pelos caminhões que já atuam na coleta do lixo. Já a sacola verde, contendo os recicláveis, será levada por um caminhão gaiola, que vai passar em cada região em dia pré-determinado, uma vez por semana.
A previsão é que a coleta de porta em porta atenda 40% dos 280 mil domicílios de Campo Grande. Mas moradores de bairros não atendidos poderão encaminhar os recicláveis a cinco Ecopontos e LEV (Local de Entrega Voluntária).
Serão montados postos de recebimentos em supermercados, postos de combustíveis, farmácias. Nestes locais, também serão entregues pilhas, lâmpadas e óleo.
Depois de coletado, o material reciclável – papel, papelão, latinha, metal – será levado a uma UPL (Unidade de Processamento de Lixo), onde será feita a triagem.
Leilão - Até o começo de 2012, a UPL será montada e administrada pela Financial Ambiental, que já é responsável pela coleta do lixo na Capital. Para disponibilizar o caminhão gaiola e administrar a UPL, a prefeitura vai fazer aditivo ao contrato existente.
A previsão é que seja pago R$ 80 mil para prestação destes novos serviços por 8 meses . Depois de separado, o material reciclável será leiloado pela prefeitura.
“O dinheiro será revertido para o Fundo Municipal do Meio Ambiente e vai custear a criação de cooperativas”, afirma Cristaldo. Em Campo Grande, ao menos oito empresas já tem atuação forte no setor, reciclando 6.300 toneladas de lixo por mês.
Entre janeiro e julho de 2012, a prefeitura vai ativar a UPL que está construindo próximo ao Lixão e o aterro sanitário, na saída para Sidrolândia. De acordo com o secretário, será feita uma licitação para que a unidade seja administrada por uma empresa, mas reaproveitando trabalhadores do Lixão.
De acordo com lei federal, os municípios têm prazo até 2014 para acabar com os lixões a céu aberto.
Nova licitação – O contrato entre a prefeitura e a Financial vence neste mês, mas, de acordo com o titular da Semadur, o poder público só pode fazer nova licitação se já contar com um plano de resíduo sólido.
Como o documento ainda está me fase de elaboração, Marcos Cristaldo acredita que o contrato, firmado há cinco anos, seja prorrogado.
O plano municipal de resíduo sólido começou a ser elaborado em novembro de 2010. O documento estabelece a política de manejo do lixo para os próximos 30 anos.
Conforme o secretário, o tema será discutido em audiência pública e o plano será apreciado pela Câmara Municipal. A intenção é que o documento seja aprovado até a metade de julho.