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Meio Ambiente

Comitê quer que governo suspenda autorização para desmatar Pantanal

WWF avalia medida como positiva e alertou que supressão vegetal tem ocorrido indiscriminadamente

Adriel Mattos e Silvia Frias | 12/08/2021 16:46
Comitê quer que governo suspenda autorização para desmatar Pantanal
Recomendação veio de comitê ligado ao Ministério do Meio Ambiente. (Foto: Wikimedia Commons)

O CMZU (Comitê Nacional de Zonas Úmidas), da Secretaria de Biodiversidade do Ministério do Meio Ambiente, recomendou ao governo de Mato Grosso do Sul que suspenda processos de licenciamento para supressão de vegetação nativa e substituição por pastagens exóticas nas áreas alagadas e inundadas no Pantanal, conforme publicação na edição desta quinta-feira (12) do DOU (Diário Oficial da União).

O grupo considerou que há um avanço na supressão de vegetação nativa do bioma em “escala industrial”, mas reconhece que as pastagens nativas “são de fundamental importância para a conservação dos processos ecológicos e para a manutenção da biodiversidade”. Assim, pede que sejam realizados estudos antes de voltar com os procedimentos.

Ong WWF-Brasil que faz parte da rede internacional WWF (World Wildlife Fund for Nature) avaliou a recomendação como positiva , mas aponta que a publicação não tem força legal, cabendo cobrança da população.

“A emissão desta recomendação demonstra a importância de órgãos colegiados e da participação da sociedade civil na construção de políticas públicas. Porém, trata-se de uma recomendação sem vinculação normativa. Agora é muito importante que governo federal, governos estaduais e a sociedade sejam sensibilizados para a adoção das recomendações e implementação dos elementos ali propostos”, explicou Cássio Bernardino, coordenador de projetos do WWF Brasil, em nota enviada ao Campo Grande News.

Bernardino ressalta ainda que o Pantanal é um dos biomas mais preservados do País e é amplamente ocupado por propriedades rurais, responsáveis por manter 82% da cobertura vegetal.

“Entretanto, nos últimos 15 anos esse método de produção tem sido afetado por novas dinâmicas, onde a pastagem nativa dá lugar a pastagens exóticas. Ainda, estas pastagens exóticas, que por falta de manejo, inviabilizam campos e causam degradação do solo. Esse movimento, que tem ocorrido de maneira indiscriminada, traz consequências negativas para o meio ambiente e benefícios econômicos questionáveis”, ponderou.

A reportagem procurou a Subcom-MS (Subsecretaria de Comunicação do Estado), mas não obteve resposta até a presente publicação. O espaço segue aberto.

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