Corumbá foi a cidade mais afetada pelo fogo no Brasil em agosto
Mês responde por 49% da área queimada no País desde janeiro, na cidade de MS foram atingidos 616.980 hectares
Durante os 31 dias de agosto deste ano, uma área de 5,65 milhões de hectares foi atingida pelo fogo no Brasil. O número representa 49% de toda área queimada no País desde janeiro deste ano. No pior agosto da série do Monitor do Fogo, do MapBiomas, lançado nesta quinta-feira (12), Corumbá aparece como a cidade brasileira mais afetada. Segundo o levantamento, no último mês foram queimados 616.980 hectares.
Na sequência estão as cidades de Félix do Xingu, no Pará, e Amajari, em Roraima, com 277.951 hectares e 250.949 hectares, respectivamente.
Apesar de não sei o bioma mais atingido pelo fogo, houve um aumento de 249% da área queimada no Pantanal nos primeiros oito meses do ano em comparação à média dos cinco anos anteriores. Este ano 1,22 milhão de hectares foram afetados pelo fogo, 874 mil hectares a mais que a média. De acordo com os dados do Monitor do Fogo, 52% desse total queimou no último mês. Os 648 mil hectares queimados em agosto representam a maior área queimada já observada no Pantanal para esse mês.
O Cerrado foi o bioma com a maior área queimada em agosto, com 2,4 milhões de hectares, ou seja, 43% de toda a área queimada no Brasil no período. “Agosto trouxe um cenário alarmante para o Cerrado, com um aumento expressivo da área queimada, a maior nos últimos seis anos. O bioma, que é extremamente vulnerável durante a estiagem”, detalha Vera Arruda, pesquisadora no IPAM e coordenadora técnica do Monitor do Fogo.
Na sequência vem a Amazônia, com 2 milhões de hectares queimados no último mês. “No mês de agosto, o fogo na Amazônia avançou de maneira preocupante, com um aumento significativo na área queimada em comparação ao ano passado, 30% da área queimada foi de formação florestal. A combinação de atividades humanas e condições climáticas desfavoráveis, como a seca, está intensificando a ocorrência de incêndios, especialmente em áreas de pastagem e vegetação nativa.” detalha Ane Alencar, diretora de Ciências do IPAM e coordenadora do MapBiomas Fogo.
Segundo o monitoramento, a área queimada no Brasil este ano mais que dobrou. Foram 11,39 milhões de hectares, um crescimento de 116% na comparação com o ano passado, que representa 6 milhões de hectares a mais. Quase três em cada quatro hectares, ou seja, 70% das áreas queimadas foram de vegetação nativa.
Outros biomas - Em agosto, 500 mil hectares foram queimados na Mata Atlântica. Isso representa um aumento de 683% em relação à média anterior. O total queimado entre janeiro e agosto deste ano foi de 615 mil hectares. Na Caatinga, 51 mil hectares foram queimados entre janeiro e agosto de 2024, um aumento de 22% em relação ao mesmo período de 2023, com 66% das queimadas concentradas em formações savânicas. Por outro lado, no Pampa, a área queimada entre janeiro e agosto de 2024 foi de 2,7 mil hectares, sendo o menor valor dos últimos três anos para esse período. Este padrão está associado com a maior umidade observada na região, com chuvas acima da média para o período.
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