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Meio Ambiente

Corumbá foi a cidade mais afetada pelo fogo no Brasil em agosto

Mês responde por 49% da área queimada no País desde janeiro, na cidade de MS foram atingidos 616.980 hectares

Por Fernanda Palheta | 12/09/2024 09:49
Equipe do Prevfogo no combate aos incêndios no Pantanal (Foto: Prevfogo/Ibama)
Equipe do Prevfogo no combate aos incêndios no Pantanal (Foto: Prevfogo/Ibama)

Durante os 31 dias de agosto deste ano, uma área de 5,65 milhões de hectares foi atingida pelo fogo no Brasil. O número representa 49% de toda área queimada no País desde janeiro deste ano. No pior agosto da série do Monitor do Fogo, do MapBiomas, lançado nesta quinta-feira (12), Corumbá aparece como a cidade brasileira mais afetada. Segundo o levantamento, no último mês foram queimados 616.980 hectares.

Na sequência estão as cidades de Félix do Xingu, no Pará, e Amajari, em Roraima, com 277.951 hectares e 250.949 hectares, respectivamente.

Apesar de não sei o bioma mais atingido pelo fogo, houve um aumento de 249% da área queimada no Pantanal nos primeiros oito meses do ano em comparação à média dos cinco anos anteriores. Este ano 1,22 milhão de hectares foram afetados pelo fogo, 874 mil hectares a mais que a média. De acordo com os dados do Monitor do Fogo, 52% desse total queimou no último mês. Os 648 mil hectares queimados em agosto representam a maior área queimada já observada no Pantanal para esse mês.

O Cerrado foi o bioma com a maior área queimada em agosto, com 2,4 milhões de hectares, ou seja, 43% de toda a área queimada no Brasil no período. “Agosto trouxe um cenário alarmante para o Cerrado, com um aumento expressivo da área queimada, a maior nos últimos seis anos. O bioma, que é extremamente vulnerável durante a estiagem”, detalha Vera Arruda, pesquisadora no IPAM e coordenadora técnica do Monitor do Fogo.

Na sequência vem a Amazônia, com 2 milhões de hectares queimados no último mês. “No mês de agosto, o fogo na Amazônia avançou de maneira preocupante, com um aumento significativo na área queimada em comparação ao ano passado, 30% da área queimada foi de formação florestal. A combinação de atividades humanas e condições climáticas desfavoráveis, como a seca, está intensificando a ocorrência de incêndios, especialmente em áreas de pastagem e vegetação nativa.” detalha Ane Alencar, diretora de Ciências do IPAM e coordenadora do MapBiomas Fogo.

Segundo o monitoramento, a área queimada no Brasil este ano mais que dobrou. Foram 11,39 milhões de hectares, um crescimento de 116% na comparação com o ano passado, que representa 6 milhões de hectares a mais. Quase três em cada quatro hectares, ou seja, 70% das áreas queimadas foram de vegetação nativa.

Outros biomas - Em agosto, 500 mil hectares foram queimados na Mata Atlântica. Isso representa um aumento de 683% em relação à média anterior. O total queimado entre janeiro e agosto deste ano foi de 615 mil hectares. Na Caatinga, 51 mil hectares foram queimados entre janeiro e agosto de 2024, um aumento de 22% em relação ao mesmo período de 2023, com 66% das queimadas concentradas em formações savânicas. Por outro lado, no Pampa, a área queimada entre janeiro e agosto de 2024 foi de 2,7 mil hectares, sendo o menor valor dos últimos três anos para esse período. Este padrão está associado com a maior umidade observada na região, com chuvas acima da média para o período.

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