Custo para recuperar Rio Taquari deve superar meio bilhão de reais
O governador Reinaldo Azambuja (PSDB), e o ministro do Meio-Ambiente, José Sarney Filho, assinaram em Miranda neste sábado (15), o pacto de ações para resolver os problemas ambientais do Estado, inclusive do Taquari, um dos principais afluentes do Rio Paraguai, que alimenta todo o Pantanal de Mato Grosso do Sul. O rio está assoreado e com erosões nas encostas há quatro décadas.
Para dar início à proteção de um dos maiores ecossistemas do mundo, de acordo com o senador Pedro Chaves (PSC), o empenho vai depender não só de protocolos, mas também de R$ 500 milhões. “O rio virou um brejo. Tem região que só tem lagoa. Daqui a pouco o prejuízo chegará às embarcações”, avaliou.
O problema, conforme o senador, é causado pela produção de soja, que leva defensivos agrícolas e acaba por atingir peixes, animais e a água do rio. Foi perdido aproximadamente um milhão de hectares em virtude das más condições ambientais que a produção agrícola, principalmente da soja, causou ao rio.
Pedro Chaves declarou que para o problema ser controlado, o ministro do Meio Ambiente garantiu alocar recursos para a recuperação do rio, mas ainda será preciso levar a discussão ao Senado. “O problema já está chegando ao Rio Piquiri, ao Rio Paraguai e até mesmo ao Formoso”, alertou.
Erosão e assoreamento - Mais recentemente, em 2000, as áreas ocupadas pela agropecuária correspondiam a 61,9% da superfície, ou seja, em apenas 26 anos as áreas utilizadas pela agropecuária aumentaram em 1.820%, de acordo com estudo da Embrapa.
Essa rápida expansão da agropecuária, principalmente das culturas de soja e milho, as quais utilizam biocidas em larga escala, constitui uma ameaça ao bioma Pantanal pela alteração da biodiversidade como reflexo das modificações decorrentes na estrutura dos ecossistemas.
As pastagens cultivadas, em 2000, ocupavam 54,8% das terras. Essas áreas são as mais castigadas pela erosão, devido ao uso inadequado do solo, desmatamentos indiscriminados nas encostas e nos topos dos morros e predomínio de solos de textura arenosa de baixa fertilidade.
O Rio Taquari é um dos principais formadores do Pantanal, formado por um gigantesco leque aluvial de 55.509 km, onde situam-se as duas principais sub-regiões do Pantanal: o Paiaguás e a Nhecolândia. Esse leque aluvial é um dos maiores do mundo e representa 36% da área do Pantanal.