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Meio Ambiente

Derrubada de árvores descaracteriza uma das principais praças da Capital

Semadur disse que autorizou remoção de apenas uma árvore da espécie Ficus

Caroline Maldonado e Bruna Marques | 20/07/2021 13:23
Praça dos Imigrantes, onde árvores estão sendo removidas (Foto: Marcos Maluf)
Praça dos Imigrantes, onde árvores estão sendo removidas (Foto: Marcos Maluf)

Artesãs e moradores do entorno da Praça dos Imigrantes reclamam da remoção de árvores que começou essa semana, com as obras do Reviva Campo Grande. Já foram extraídas árvores da travessa que liga as ruas Joaquim Murtinho e Barão de Melgaço.

A sombra e a moradia dos pássaros vão fazer falta. A jornalista Neize Borges, de 67 anos, mora há 4 anos na Rua Barão de Melgaço e se sente revoltada com a situação. Ela conta que até tentou convencer os funcionários da prefeitura a desistirem de derrubar as árvores.

Jornalista Neize Borges, de 67 anos, que mora há 4 anos na Rua Barão de Melgaço (Foto: Marcos Maluf)
Jornalista Neize Borges, de 67 anos, que mora há 4 anos na Rua Barão de Melgaço (Foto: Marcos Maluf)

“Pedi para eles deixarem pelo menos os coqueiros, mas disseram que tem que arrancar tudo para fazer calçada. É revoltante ver eles retirarem a natureza em pleno século XXI, com clima extremamente quente. E os pássaros, araras e tucanos que moravam ali? Nossa cidade só ficou famosa por isso, pelo espaço e pelas árvores frondosas. Já chorei e estou revoltada”, relata Neize.

Na opinião da moradora, daria para fazer calçada e acessibilidade para os cegos, sem arrancar as árvores. Na praça, a artesã Suzinete Moreira da Silva, de 49 anos, também reclama. “Vai fazer falta a sombra. Não tinha necessidade de arrancar as árvores não condenadas. As sadias precisavam só de poda. A gente vai sentir bastante o sol, no calor”, argumenta.

Artesã Suzinete Moreira da Silva, de 49 anos, que vende produtos na Praça dos Imigrantes (Foto: Marcos Maluf)
Artesã Suzinete Moreira da Silva, de 49 anos, que vende produtos na Praça dos Imigrantes (Foto: Marcos Maluf)

No desejo de que a prefeitura desista de remover as árvores, a artesão Herma Jara, de 51 anos, expõe os motivos para deixar as plantas no local.

“Muitos animais vivem das árvores frutíferas. Não tem necessidade de tudo isso, só se a árvore cair, mas não está precisando arrancar. O que precisa é fazer poda. Tem muito tucano e araras, fico triste com essa situação. Aqui precisa de árvores, que falam muito para conservar para nós e estão fazendo tudo errado, não estão conservando”, avalia a artesã.

A empresa Engepar, que é responsável pelas obras do Centro, informou que a responsabilidade sobre a remoção das árvores é da Semadur (Secretaria Municipal de Meio Ambiente e Desenvolvimento Urbano).

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A Semadur, por sua vez, informou que foi realizada vistoria no local e autorizada a supressão de uma árvore da espécie Ficus, não recomendada para plantio no passeio público.

"A remoção foi autorizada devido a árvore impossibilitar a plena acessibilidade dos pedestres e as suas raízes estarem causando danos estruturais nas edificações localizadas na referida Praça. Além de ser uma oportunidade, tendo em vista as obras no local, de adequar a arborização à legislação vigente", detalha a Semadur.

A secretaria complementa que informações sobre novos plantios e a revitalização da Praça dos Imigrantes estão contempladas no Programa Reviva Mais Campo Grande e podem ser solicitadas junto à Subsecretaria de Gestão e Projetos Estratégicos, que é responsável pela execução do programa.

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