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Meio Ambiente

Dificuldades que levam ao "êxodo" no Pantanal são tema de 3º dia de expedição

Missão com técnicos, pesquisadores e produtores busca realidade local para a aplicação da Lei do Pantanal

Por Caroline Maldonado | 27/03/2024 12:19

Com 20 pessoas do Governo de Mato Grosso do Sul, pesquisadores e produtores rurais, o grupo da Expedição Pantanal chegou na terça-feira (26) ao terceiro dia de viagem bioma adentro. A missão que busca subsídios para aplicação da Lei do Pantanal começou no domingo (23). As última discussões evidenciaram a dificuldade de acesso à educação e à saúde que geram impactos sociais, segundo o secretário-executivo de Meio Ambiente, Artur Falcette.

Com 20 pessoas do Governo de Mato Grosso do Sul, pesquisadores e produtores rurais, o grupo da Expedição Pantanal chegou na terça-feira (26) ao terceiro dia de viagem bioma adentro. A missão que busca subsídios para aplicação da Lei do Pantanal percorreu trilhas, mas as discussões principais foram em torno das dificuldades de acesso aos serviços básicos, como saúde e educação, que fazem as famílias deixarem o local, segundo o secretário-executivo de Meio Ambiente, Artur Falcette.

O grupo que já passou pelas fazendas Santa Cruz, Santa Fé do Corixinho, chegou à Fazenda Santa Clara, onde passou o dia reunindo-se com pantaneiros, além de transitar em trilhas e trechos para vivenciar o dia a dia dos moradores, reconhecendo a biodiversidade da região.

Por lá, a expedição conheceu um sistema produtivo bem diferente do verificado nos dias anteriores, mas os pontos principais que nortearam as discussões foram os impactos sociais do difícil acesso aos serviços básicos, como saúde e educação, que geram o êxodo, ou seja, fazem as famílias abandonarem o Pantanal, conforme o secretário-executivo.

“A gente conversou muito sobre saúde, educação e falamos muito sobre infraestrutura e da importância de todos esses aspectos na fixação do homem pantaneiro e na fixação das famílias do Pantanal, que tem sofrido com êxodo da sua mão de obra e dos pantaneiros e isso muito estimulado porque as mulheres e as crianças precisam ir para a cidade para poder ter um bem estar maior devido às grandes distâncias e a dificuldade de acesso à educação e à saúde. Isso tem impactado fortemente a estrutura social do Pantanal”, relatou o secretário.

Grupo da expedição na fazenda Santa Clara, no Pantanal. (Imagem: Reprodução/Instagram Semadesc)
Grupo da expedição na fazenda Santa Clara, no Pantanal. (Imagem: Reprodução/Instagram Semadesc)

Roteiro - Ao todo, serão percorridos mais de 230 quilômetros. Nesta quarta-feira (27), o grupo visita a Fazenda Cocais, uma unidade de criação, localizada no centro da Nhecolândia, com predominância de campos nativos. Após o almoço, eles irão à Pousada Santa Clara, percorrerão trilhas, passando por várias fazendas, e o Leilão Novo Horizonte.

Na quinta-feira (28) e último dia, a programação prevê ida às fazendas São Bento, Bodoquena e Las Palmas. Localizada no Pantanal do Abobral, a fazenda São Bento tem atividade predominante de cria, rica em pastagens nativas, com incidência recorrente de incêndios florestais com origens diversificadas e fica às margens do Rio Miranda e Rio Abobral.

Ao lado da antiga Estação Ferroviária do Carandazal, a Fazenda Las Palmas é de ciclo completo, na fralda da Serra da Bodoquena, com fitofisionomia característica do Pantanal do Nabileque e influência chaquenha.

Fazenda fundada em 1846, a Fazenda Bodoquena realiza ciclo completo, a cria predominante em pastagens nativas, com terminação intensiva e confinamento e agora inicia projeto de verticalização da produção, com severa infestação de aromita.

Lei do Pantanal - Com fundo de R$ 50 milhões, a lei começou a vigorar em fevereiro, mas ainda será regulamentada. Dentre as várias mudanças previstas na nova legislação, que protegerá cerca de 9,7 milhões de hectares do bioma no território sul-mato-grossense, está a necessidade dos proprietários rurais preservarem 50% da área com formações florestais e de Cerrado. Onde há formações campestres, o percentual será de 40%.

A lei prevê também a criação de um fundo estadual, o Fundo Clima Pantanal, para programas de pagamento por serviços ambientais. A prioridade será para a proteção e recuperação de nascentes e da cobertura vegetal em áreas degradadas e de importância para a formação de corredores ecológicos.

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