Em MS, 63 cidades terão 4 meses de calor extremo
Levantamento revelou que Porto Murtinho bateu recorde com 156 dias a 42ºC, em 2024
Mato Grosso do Sul está entre os estados brasileiros com maior número de cidades que bateram recorde em 2024 e ultrapassaram 100 dias de calor extremo, quase 4 meses com altas temperaturas. Ao todo são 63 municípios atingidos por ondas de calor e temperaturas acima de 40ºC. Porto Murtinho lidera o ranking com 156 dias com temperaturas altas e sensação térmica ainda pior. O Campo Grande News já relatou que moradores cogitam até abandonar o local devido ao clima.
RESUMO
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Mato Grosso do Sul registrou 63 municípios com mais de 100 dias de calor extremo em 2024, segundo levantamento do Cemaden com dados do Inpe. Porto Murtinho lidera o ranking estadual com 156 dias de temperaturas superiores a 40ºC, seguido por Bonito (155 dias), Jardim e Caracol (152 dias), Corumbá (150 dias) e Bodoquena (146 dias). A situação é tão crítica que moradores de Porto Murtinho, como a empresária Maria Aparecida da Silva, cogitam deixar a cidade devido às temperaturas extremas, que chegaram a 41,4ºC em janeiro de 2025. O município permaneceu por 10 dias consecutivos como o mais quente do país este ano. Campo Grande, a capital, registrou 99 dias de calor extremo, com média de 41ºC. O estudo revela que mais de 6 milhões de brasileiros enfrentaram pelo menos 150 dias de calor extremo em 2024, afetando principalmente estados como MS, Pará, Ceará, Tocantins e Minas Gerais.
De acordo com a pesquisa realizada pelo Cemaden (Centro Nacional de Monitoramento de Desastres) com dados de satélite do Inpe (Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais), mais de 6 milhões de brasileiros enfrentaram pelo menos 150 dias de calor extremo em 2024. O levantamento aponta que, no total, 111 cidades brasileiras tiveram mais de cinco meses de calor extremo.
O estado sul-mato-grossense foi um dos mais afetados junto ao Pará, Ceará, Tocantins, Minas Gerais, Alagoas, Mato Grosso, São Paulo e Maranhão. Na lista de municípios com maiores índices está, além de Porto Murtinho, Bonito, com 155 dias e temperatura igual ou acima de 43ºC. Na sequência, Jardim e Caracol com 152 dias e 41ºC. Corumbá aparece logo em seguida, com 150 dias e 43ºC. Por último, entre os “gigantes”, Bodoquena com 146 e 43ºC.
Na contramão, o Estado teve 16 municípios com menos de 100 dias com altas temperaturas. Entre eles está a própria capital, Campo Grande, com 99 dias e média de 41ºC. Quem ficou na casa dos 70 a 80 dias foi Sonora, Pedro Gomes, Jaraguari, Mundo Novo e Cassilândia, Pedro Gomes e Figueirão.
Alcinópolis, Costa Rica, Chapadão do Sul, Paraíso das Águas, Camapuã e Bandeirantes variaram de 40 a 60 dias de calor extremo. As cidades de São Gabriel do Oeste, Rochedo e Douradina ficaram entre 80 e 100 dias.
Porto Murtinho - Liderando o ranking de cidade com mais dias de calor extremo em Mato Grosso do Sul, Porto Murtinho esteve entre os municípios mais quentes do Brasil diversas vezes em 2024 e repetiu o feito em janeiro de 2025.
O último registro de altas temperaturas publicado pela reportagem aconteceu no dia 25 de janeiro, quando a cidade chegou a 41,4ºC. O município esteve em 1º lugar na lista de lugares mais quentes do país por 10 dias seguidos em 2025.
“Pensei em deixar Porto Murtinho, é uma pena, porque amo esse lugar”, diz Maria Aparecida da Silva, de 58 anos.
Maria Aparecida é proprietária de uma pousada na cidade e mora no local há seis anos. Ao Campo Grande News ela relatou, em janeiro, que não conseguia lidar com a temperatura. Maria e outros moradores explicaram como foram os dias quando a sensação térmica chegava a 45ºC.
“Só sei dizer que tô sofrendo bastante com esse clima quente, cheguei a pensar em me mudar porque não tem condições de trabalhar no calor insuportável”, comenta Maria.
Comparado aos últimos anos, a empreendedora relata que a cidade nunca foi tão quente como neste janeiro de 2025. “Têm dias que não venta e tem que suportar o calor. Parece que baixou o sol para cá. Vi que comecei a sentir tontura e o calor prejudica mais ainda”.
Aos 59 anos, Odil Gonzales ressalta que a situação no local é quase insustentável. “Pra você ter ideia, liguei o ar no 17 e não adiantou. Liguei mais dois ventiladores e melhorou um pouco, porque o ar não estava dando conta”,
Comportamento - Ele ressalta que até o comportamento das pessoas mudou devido as altas temperaturas. Uma dessas mudanças foi abandonar o uso de bicicletas, meio de transporte comum na região.
“Aqui na cidade andam muito de bicicleta, mas não tem mais andando porque faz muito calor. Agora só de carro”, O próprio Odil viveu na pele a mudança e precisou abandonar a bike por passar mal durante o percurso.
Como é dono de uma loja de materiais para construção, Odil mencionou que se o calor persistisse iria libera os funcionários para trabalhar de bermuda. Além disso, o proprietário também pensava em mudar o horário de funcionamento da loja, reduzindo o expediente, já que o movimento no centro reduziu. Acompanhe a matéria completa aqui.
Confira o histórico dos dias mais quentes em Porto Murtinho, em 2025
- 1°/01 - 39,2°C
- 07/01 - 40,1°C
- 08/01 - 39,8°C
- 09/01 - 41,2°C
- 10/01 - 41,8°C
- 11/01 - 38,9°C
- 12/01 - 39,0°C
- 13/01 - 40,5°C
- 14/01 - 40,9°C
- 15/01 - 40,9°C
- 16/01 - 41,1°C
- 17/01 - 42,1°C
- 18/01 - 40,8°C
- 24/01 - 38,9°C
- 25/01 - 41,4°C
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