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Meio Ambiente

Grupo busca pistas para encontrar tatu-canastra em Campo Grande

Mariana Rodrigues | 24/09/2015 18:08
Segundo o pesquisador Arnaud Desbiez, do Projeto Tatu-Canastra, existem 10 espécies de tatu no Brasil. (Foto: Gerson Walber)
Segundo o pesquisador Arnaud Desbiez, do Projeto Tatu-Canastra, existem 10 espécies de tatu no Brasil. (Foto: Gerson Walber)

Um grupo de biólogos e pesquisadores está procurando pistas para encontrar tatu-canastra em Campo Grande. O objetivo é fazer um mapa de distribuição onde há vestígios do bicho, para que câmeras possam ser instaladas e o seu comportamento possa ser observado. Para que isso aconteça, é importante a participação da população urbana e rural.

De acordo com o biólogo Gabriel Massocato, o projeto é uma expansão do que já é feito na região do Pantanal, e agora eles decidiram trazer o projeto também para a Capital. "É difícil encontrá-lo, e em 15 dias de campanha já encontramos mais de 30 áreas em Campo Grande. Encontramos ainda uma buraco fresco de no máximo duas semanas perto do Centro", conta.

Conhecido como "engenheiro do ecossistema", o sinal mais claro de que tem um tatu-canastra na área são os buracos que eles fazem. Geralmente o diâmetro da entrada tem de 30 a 40 centímetros, mas Gabriel orienta que em momento algum as pessoas coloquem as mãos na tentativa de encontrar o animal. "Essas tocas são geralmente usadas por serpentes e outros mamíferos. Orientamos que as pessoas apenas tirem fotos e nos mandem".

Gabriel comenta ainda que é importante que ao tirar as fotos, as pessoas coloquem próximo a entrada da toca algum objeto que possa dar referência de tamanho. "Pode ser uma caneta, um chapéu, qualquer coisa que possa nos dar uma referência de medida".

Segundo o pesquisador Arnaud Desbiez, do Projeto Tatu Canastra, existem 10 espécies de tatu no Brasil, mas a população só conhece por figuras ou por ouvir falar. "Todo mundo conhece o tatu pelo nome, por figuras, mas a maioria das pessoas nunca viram o bicho, pois ele é raro e difícil de ver", diz ele que acrescenta ainda que o tatu-canastra é o maior da espécie medindo 1,50 metros de ponta a ponta e tem uma garra de 15 centímetros, que ele usa para cavar e destruir cupinzeiros.

Sobre a ideia de pedir ajuda da população, ele destaca que o cidadão "conhece a área melhor que o pesquisador. Nós estamos precisando desse apoio, pois o tatu-canastra é fascinante", declara.

Como ajudar - Basta seguir os rastros e vestígios como marcas de pegadas, marcas da cauda que podem ter a forma de um "S", que ficam no solo. Mas o sinal mais claro são os buracos que na maioria das vezes ficam com um monte de areia ou terra remexida ao lado de fora. Caso encontre algumas dessas dicas, basta tirar uma foto e enviar para o email: tatucanastra.ms@gmail.com. ou pela página no Facebook: Projeto Tatu-Canastra.

Tatu-Canastra - É o maior da espécie de tatu e pode medir até 1.50 metros e pesar até 50 quilos. Devido ao seus comportamento noturno a sua baixa densidade populacional, este animal é raramente encontrado. O animal consta da Lista Nacional das Espécies da Fauna Brasileira Ameaçadas de Extinção e é classificado na categoria Vulnerável pela Lista Vermelha das Espécies Ameaçadas da União Internacional para a Conservação da Natureza.

Ele tem um papel importante na natureza porque controla as populações de cupins e provoca modificações no ambiente, as quais favorecem outras espécies, apelidado, por isso, de engenheiro de ecossistema.

O animal consta da Lista Nacional das Espécies da Fauna Brasileira Ameaçadas de Extinção. (Foto: Projeto Tatu-Canastra no Pantanal)
O animal consta da Lista Nacional das Espécies da Fauna Brasileira Ameaçadas de Extinção. (Foto: Projeto Tatu-Canastra no Pantanal)
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