Instituto propõe geradoras de energia para recuperação do Rio Taquari
Representante aponta que sedimentos levados do Rio Coxim contribuem para degradação do leito
Construir novas geradoras de energia elétrica de pequeno porte podem ser fundamentais no auxílio de recuperação do Rio Taquari. É o que sugere representantes da Associação Brasileira de PCHs e CGHS.
PCH (Pequena Central Hidrelétrica) e CGH (Central Geradora Hidráulica) são usinas com reservatório de até três quilômetros quadrados e com potência instalada entre 1 e 30 megawatts. As CGHs têm potência de até 1 mw. São centrais de energia baratas para construção e com dano menor ao meio ambiente.
Nelson Araújo Filho, representante do Instituto Agwa Soluções Sustentáveis, responsável por ações de preservação e estudos sobre a ação do homem ao meio ambiente, explica que a conversa com os produtores está em fase inicial.
“Primeiro vai gerar energia. Há demanda no setor. Vai ajudar a salvar o Pantanal e o produtor rural vai gerar receita”.
De acordo com o representante do Agwa, um dos problemas que mais contribuem para o assoreamento do Rio Taquari é a quantidade de areia carregada pelo Rio Coxim e que desemboca na área entre Camapuã e Figueirão. “Por ele [a areia] chega ao Taquari”, diz.
Após Coxim, a largura do Rio Taquari dobra de largura e os bancos de areia acabam ocupam praticamente metade do leito. Um cenário devastador no Pantanal de Mato Grosso do Sul.
“Vamos fazer uma parceria com o Instituto para conter sedimentos e auxiliar na recuperação do Rio Taquari. Com a implantação de PCHs e CGHs nas áreas onde se concentram os fluxos de
sedimentos erosivos, vamos ajudar na revitalização do rio, que infelizmente enfrentou as trágicas consequências de seu assoreamento”, destaca Pedro Dias, vice-presidente do Conselho Administrativo da Associação Brasileira de PCHs e CGHS.
Os próximos passos são levar a proposta ao poder público. De acordo com a entidade, uma PCH depende de estudo para avaliar o potencial hidráulico do rio onde será instalada e de um projeto básico para análise a aprovação da Aneel (Agência Nacional de Energia Elétrica).
No caso da CGH, a licitação é considerada simples, bastando apenas a comunicação ao órgão regulador e fiscalizador sobre a intenção de implantação do sistema após a elaboração do estudo e do projeto.
O prazo de implantação de uma pequena central hidrelétrica é de cinco anos, enquanto uma central geradora hidráulica é a metade desse período.