Pesquisador da Embrapa quer ampliar debate sobre limitação à pesca do dourado
Modalidade pesque e solte ganha força na discussão

Após reunião sobre a limitação da pesca do dourado na Bacia do Rio Paraguai, a Embrapa Pantanal engrossou a defesa da tese e sugeriu que as discussões sobre o tema sejam ampliadas.
Países vizinhos, como Argentina e Paraguai, já proibiram a pesca do dourado, praticada apenas no pesque e solte. A ideia é bastante defendida por ambientalistas no Estado.
Para a Embrapa, outro agravante para aprofundar o debate em Mato Grosso do Sul é que há indícios que a mortalidade do dourado seja alta após a devolução do peixe ao rio.
A Acert (Associação Corumbaense das Empresas Regionais de Turismo), que também participou do encontro, defende a pesca apenas na modalidade pesque e solte, sobretudo porque sente uma “diminuição da ocorrência da espécie na região”.
O pesquisador da empresa Agostinho Castella acompanhou a reunião. Segundo ele, o dourado é um dos principais atrativos da pesca amadora na região e importante espécie para a pesca profissional.
Ele também chamou atenção para o alto valor de venda do dourado, principalmente, para os pescadores profissionais artesanais.
"Para eles é um peixe importante, se deixarem de pescar, que compensação vão ter”, questiona.
Castella sugeriu que o assunto seja levado ao Conpesca/MS (Conselho Estadual da Pesca), órgão ligado a Sema (Secretaria Estadual de Meio Ambiente), para ser debatido de forma abrangente.
“Com base em dados já coletados, vamos apresentar os resultados de estudos sobre crescimento e avaliação do nível de exploração do estoque e, com base nos dados do SCPESCA/MS, vamos avaliar o rendimento da pesca do dourado, a fim de contribuir com informações para as tomadas de decisões”, revela o pesquisador.
Polêmica - O Campo Grande News tem mostrado a opinião de ambientalistas, pescadores e políticos em torno de uma lei mais restritiva.
Atualmente, a lei que está em vigor tem itens suspensos pela Justiça, por estar sendo questionada pela OAB (Ordem dos Advogados do Brasil).
A legislação, reativada parcialmente na semana passada pelo TJ (Tribunal de Justiça), foi regulamentada ontem pela Semac (Secretaria de Meio Ambiente, Planejamento, Ciência e Tecnologia).
O texto traz todas as regras para a pesca no Estado, entre eles as áreas onde a pesca tem restrições e até proibição total. Dez rios têm restrições à pesca.
A resolução traz os rios onde a pesca é vedada, onde é permitido apenas o pesque e solte, de subsistência e científica. Trata também da utilização de petrechos, bemo como limite de captura e transporte de pescado.