Marun se reúne com governo para discutir investimentos no Rio Taquari
Instituições, governo e setor produtivo participam da discussão para recuperar rio que sofre processo de assoreamento
Governo, setor produtivo e instituições de proteção ambiental estão reunidas na Assembleia Legislativa de Mato Grosso do Sul, na manhã desta sexta-feira (7), para discutir ações e investimentos para recuperar o Rio Taquari, que sofre com processo de assoreamento há 40 anos. O ministro da secretaria de governo, Carlos Marun (MDB) também participa do encontro.
Durante a reunião, duas frentes de investimento devem ser discutidas, uma do Ibama (Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis) e outra do Ministério dos Transportes, por meio do Dnit (Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes).
O Ibama estuda investir parte dos recursos de multas ambientais de empresas para recuperar o Rio. Além da recuperação da bacia do Rio, os recursos devem ser aplicados para ações preventivas. As empresas, em todo o Brasil, devem mais de R$ 35 bilhões para o Instituto, que abriu um chamamento público para investir recursos. O chamamento oferece até 60% de desconto nas multas e, até agora, o Ibama já conseguiu R$ 2,6 bilhões de 800 empresas.
Navegabilidade – A segunda frente que será discutida durante a reunião, por meio do Dnit, busca estabelecer projetos para recuperar a navegabilidade do Rio, interesse especial do setor produtivo. O processo será conduzido pelo ministro Carlos Marun. O Dnit contratou um estudo, Evea (Estudo de Viabilidade Técnica Econômico e Ambiental), que deve investigar a melhor forma de recuperar a navegabilidade.
O trecho não navegável do rio possui cerca de 400 km entre Coxim e Corumbá e o estudo deve entender como recuperar o leito do Rio, hoje totalmente assoreado. A ação governamental beneficia diretamente a planície pantaneira, onde o entupimento do rio inundou permanentemente 1,3 milhão de hectares no município.
Membro do Instituto Homem Pantaneiro, Coronel Angelo Rabelo explicou que há uma previsão de investir entre R$ 500 milhões e R$ 1 bilhão, do Ibama, na recuperação do Rio. A intenção do estudo do Dnit, afirma, é viabilizar o escoamento da produção, em especial do gado.
Os 1,3 milhão de hectares estão inundados e impossibilitados de serem utilizados para pastagem de gado ou plantações. Com o assoreamento do Rio, o regime de cheias e secas ficaram alterados, deixando o trecho sempre alagado. O Coronel também afirma que 70 km do Rio foram desviados, em razão do assoreamento do leito.
Presidente do Sindicato Rural de Corumbá, Luciano Leite explica que os 1,3 milhão poderiam receber 108 mil bezerros por ano. Luciano também ressalta que a região abrigava o primeiro assentamento de Mato Grosso do Sul.
Com o território alagado, os moradores tiveram que ser retirados e hoje, comenta, ocupam a periferia de Corumbá. Com isso, relata, o local perdeu produção diversa, que contemplava, por exemplo, frutas e mandioca.