Orelhudo e de cauda mole: misteriosa espécie de tatu é confirmada no Pantanal
No Mato Grosso do Sul, três dos registros ocorreram em Aquidauana e um em Miranda
De raro avistamento, o tatu-de-rabo-mole-grande (conhecido assim porque não possui placas ósseas na cauda) acaba de ser incluído na lista de mamíferos de Mato Grosso do Sul. A espécie, assim como o tatu-canastra, costuma viver em ambientes florestados.
Os registros que integram um estudo, divulgado pelo ICAS (Instituto de Conservação de Animais Silvestres) nesta semana, foram obtidos através de levantamento de carcaças de animais em estradas, armadilhas fotográficas e observação direta.
Os dados de animais mortos nas estradas, especificamente, são do ICAS, que desde 2013 monitora o impacto de acidentes na vida selvagem na BR-262 e MS-339, rodovias localizadas em território sul-mato-grossense.
No total, a pesquisa confirmou 12 registros do tatu-de-rabo-mole-grande na área de estudo, oito foram registrados no Cerrado e quatro no Pantanal. No MS, três dos registros ocorreram em Aquidauana, um deles identificado em observação direta e os outros dois em armadilhas fotográficas. Em Miranda, foi encontrada na BR-262 uma carcaça do animal.
“Nós confirmamos pela primeira vez a presença tatu-de-rabo-mole-grande no Pantanal, com registros nos ambientes de transição entre Cerrado e Pantanal”, concluiu a pesquisa, afirmando que o único registro prévio da espécie no Pantanal não estava dentro dos limites do bioma, segundo mapas do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística).
No Brasil, a espécie ocorre nas regiões nordeste, leste, centro-oeste e sul. E também há registros do tatu-de-rabo-mole-grande no noroeste do Uruguai, nordeste da Argentina e sudeste do Paraguai. Mais robusto dos tatus, a espécie pode pesar até 6 kg, sendo o mais forte e rápido em cavar.