Pantanal de MS fecha período de seca com 59% menos incêndios que em 2020
Ano passado registrou recorde histórico de focos de incêndio; parcial deste ano é menor, mas ainda preocupa
Os focos de incêndio no Pantanal de Mato Grosso do Sul, de acordo com o Inpe (Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais), têm sido menores neste ano, em comparação com 2020, período de recordes de destruição ambiental no bioma. O recorte de tempo analisado pela reportagem considera dados até o começo deste mês, quando se encerra o período de secas extremas.
De janeiro a meados de outubro de 2021, foram 4.892 focos. No mesmo período do ano passado, foram registrados 8.247. Ou seja, até o momento, foram notificadas cerca de 59% dos incêndios do mesmo período (janeiro a outubro) do ano passado.
Um foco de incêndio é toda ação, grande ou pequena, de chamas em vegetação. Eles podem ser de origem natural, como pela ação de raios ou pelo próprio Sol, em meio ao tempo seco, mas também pela ação humana.
A previsão é de que nas próximas semanas, com aumento de chuvas por todo o Estado, tais ocorrências reduzam. No final de setembro, até redemoinhos de fogo foram registrados por bombeiros militares que combatiam os incêndios em propriedades rurais do município de Corumbá, distante 419 quilômetros de Campo Grande.
Ainda que ações governamentais para conscientização, bem como fiscalização, tenham sido feitas neste ano por conta da crise ambiental vivida em 2020, com recordes históricos registrados pelos órgãos de monitoramento, alguns prejuízos naturais podem se alastrar por mais tempo.
Conforme pesquisa divulgada em setembro deste ano pelo MapBiomas, o período de chuvas no Pantanal passou de seis meses para apenas dois. Dessa forma, a outra metade do ano - que naturalmente é a de secas - seria ainda mais potencializada.
Segundo o engenheiro agrônomo Eduardo Rosa, que integra o MapBiomas, a redução de água no Pantanal ocorre por conta da variação climática, enfrentada pelo mundo todo, mas também por desmatamentos em diversos biomas brasileiros. "Depende de quanto é possível reflorestar em matas ciliares e recuperação de nascentes na área de planalto da Bacia do Alto Paraguai. E também da Amazônia, que é de onde vem a chuva para a região”.
Conforme análise feita pela UFRJ (Universidade Federal do Rio de Janeiro), a parcial de área queimada deste ano já supera as de todos os anos, com exceção de 2020, desde, pelo menos, 2012.