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Meio Ambiente

Pantanal tem sítios arqueológicos a serem mapeados para fins turísticos

Plano de desenvolvimento do Programa de Apoio à Recuperação Econômica do bioma vai criar roteiro para visitas

Gabriela Couto | 07/04/2023 14:01
Grupo de pesquisadores analisam pontos para mapear nova rota de turismo no Pantanal. (Foto: IHP)
Grupo de pesquisadores analisam pontos para mapear nova rota de turismo no Pantanal. (Foto: IHP)

Vestígios de um passado datado de milhares de anos estão espalhados pelo Pantanal e essas marcas servem para contar histórias, além de representarem em um atrativo para turistas que visitam o bioma. Os registros catalogados estão sendo encontrados principalmente em Corumbá, nos arredores e na Serra do Amolar.

O Sebrae de Mato Grosso do Sul e o IHP (Instituto Homem Pantaneiro), por meio do Plano de Desenvolvimento do Território Alto Pantanal, estão mapeando os principais pontos desses sítios arqueológicos para montar um roteiro voltado aos turistas. As ações fazem parte do Pró Pantanal (Programa de Apoio à Recuperação Econômica do Pantanal).

No Alto Pantanal já foram identificados pontos com pinturas rupestres que podem ser um atrativo a mais aos visitantes que vão conhecer o território. Dentre os potenciais locais para receber turistas estão três áreas na Serra do Amolar. São eles a lagoa da Gaíva, o Morro do Caracará e o Morro do Campo.

De acordo com a coordenadora estadual do Pró Pantanal, Isabella Fernandes, o turista está em busca de experiências, com mais opções de passeios nos destinos das viagens. “O Pantanal tem uma riqueza e variedade que gera um interesse muito grande para pessoas que querem visitá-lo. Envolver isso com a comunidade ainda acrescenta mais atrativos. Pensamos em um turismo responsável”, destaca.

Pinturas identificadas em sítio arqueológico na baía da Gaíva, na Serra do Amolar. (Foto: IHP)
Pinturas identificadas em sítio arqueológico na baía da Gaíva, na Serra do Amolar. (Foto: IHP)

Os sítios arqueológicos encontrados na Serra do Amolar, em específico, remontam para a história do Mar de Xarayes e os primeiros habitantes em tempos pré-históricos e coloniais do Pantanal.

Há testemunhos que foram deixados por meio de pinturas rupestres na paisagem. Também existem registros no sopé do Maçico do Urucum, perto da lagoa do Jacadigo e da lagoa Negra. Esses sítios rupestres encontram-se dentro de propriedades privadas.

O levantamento que vem sendo feito pelo IHP ocorre a partir de estudos arqueológicos desenvolvidos no início do século XX, que depois ganharam ampliação nas décadas de 1910, 1940, 1970, de 1990, bem como em 2019.

São pesquisadores de diferentes instituições que primeiro realizaram esses levantamentos, incluindo da UFMS (Universidade Federal de Mato Grosso do Sul) e do IBICT (Instituto Brasileiro de Informação em Ciência e Tecnologia), da Fundep/UFMG (Fundação de Desenvolvimento da Pesquisa da Universidade Federal de Minas Gerais).

Sítio arqueológico que fica em propriedade privada, às margens da BR-262, no município de Corumbá. (Foto: IHP)
Sítio arqueológico que fica em propriedade privada, às margens da BR-262, no município de Corumbá. (Foto: IHP)

A secretária-executiva do IHP, Betina Kellermann, exemplifica que o trabalho entre o Sebrae e o Instituto vai permitir um desenvolvimento em novas frentes para uma área remota do Pantanal.

“Queremos permitir que esses sítios arqueológicos que estão em regiões da Serra do Amolar e também em Corumbá possam servir de atrativo, que envolva a atuação de comunidades que conhecem essas localidades. Isso tem potencial para gerar desenvolvimento socioeconômico. É uma grande oportunidade que queremos estruturar”, pontua.

Os estudos de campo já foram feitos em um sítio arqueológico localizado na lagoa da Gaíva, local com pinturas rupestres e onde viviam os indígenas da etnia Xaraye, com registros que remontam ao Século XVI . Essa área já tem um forte atrativo por conta de barcos hotéis que visitam as proximidades entre os meses de fevereiro e novembro, na temporada da pesca.

Também foram feitas visitas para identificar áreas na região central de Corumbá, entre eles na Ladeira José Bonifácio. “Estamos nos embasando em pesquisas científicas que já foram feitas para compilar esses locais e obter um roteiro nos próximos meses”, completa a secretária-executiva do IHP. Novos mapeamentos vão ser feitos em áreas dos Morros do Caracará e do Campo, na Serra do Amolar.

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