Paraguai decreta emergência ambiental por conta de incêndios
Lei prevê ações emergenciais ao longo de 60 dias para controlar chamas que já consumiram 100 mil hectares no país vizinho
O presidente do Paraguai, Mario Abdo Benítez, promulgou lei nesta terça-feira (10) declarando emergência ambiental nos departamentos (Estados) de Alto Paraguay –na divisa com Mato Grosso do Sul e Bolívia– e Boquerón, no norte do país, devido aos incêndios florestais que, há semanas, consomem áreas do Chaco, a exemplo do que ocorre no Pantanal sul-mato-grossense.
Segundo o jornal ABC Color, o decreto terá validade por 60 dias, período no qual a SEN (Secretaria de Emergência Nacional), forças armadas, governos e prefeitos e outros organismos tomarão “medidas de caráter sanitário e de assistência social”, oferecendo recursos para combater os focos de incêndio que afetam o Pantanal do Paraguai.
Chefe da SEN, Joaquín Roa afirma que pelo menso 100 mil hectares do Chaco foram destruídos pelo fogo. Os incêndios, afirma ele, teriam se iniciado na zona de Chovoreca, na Bolívia.
Apesar de esforços de brigadistas para apagar o fogo, o jornal paraguaio relata que fortes ventos reavivam as chamas, que atingem reservas como o Refúgio de Animais Silvestres Urutau, em Filadélfia (San Pedro) e a Reserva Natural do Bosque Mbaracayú (Canindeyu).
MS – Incêndios florestais também têm atingido outras áreas do país, como os departamentos de Alto Paraná, San Pedro, Amambay e Canindeyu, estes dois últimos também na fronteira com Mato Grosso do Sul, na faixa de Ponta Porã a Mundo Novo, respectivamente.
Nesta terça, a fumaça vinda dos incêndios no lado paraguaio encobriu cidades brasileiras ao longo da Linha Internacional, quando quase 2,6 mil focos de calor foram identificados no país vizinho.
O problema também é sentido em Mato Grosso do Sul, onde 1,027 milhão de hectares foram consumidos por incêndios nas últimas semanas, segundo dados do Ibama (Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e Recursos Naturais Renováveis) e do Inpe (Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais).
O governador Reinaldo Azambuja (PSDB) decretou situação de emergência nesta quarta-feira (11), na expectativa de concentrar esforços locais e contar com auxílio federal no combate às chamas. A medida foi tomada levando em consideração o aumento no número de queimadas, de quase 300% no período entre julho e agosto, e as últimas 48 horas, quando quase 400 focos de calor atingiram diferentes regiões. O calor e o tempo seco, típicos de setembro, bem como a previsão de que não haverá chuvas significativas no Estado até o dia 24, estão entre os motivos da adoção da medida.