Pela água, bombeiros se mobilizam para combater fogo na Serra do Amolar
Ação faz parte da Operação Pantanal deste ano, realizada pelo Corpo de Bombeiros Militar
Por meio dos barcos "seriema", nesta quarta-feira (3), bombeiros começarão combate a incêndios na região da Serra do Amolar, em Corumbá, a 428 quilômetros de Campo Grande. Ontem, o primeiro foco nos arredores foi detectado pela Pantera (Plataforma Integrada para Gestão de Incêndios Florestais). Ainda assim, focos de calor têm ocorrido desde junho.
De acordo com o capitão Eliel Rodrigues da Silva, ação que faz parte da Operação Pantanal deste ano, do Corpo de Bombeiros Militar, levará oito militares para o trabalho. “Na tarde desta quarta-feira, oito militares para fazer combate de chamas na região e amanhã pela manhã, [haverá] sobrevoo com aeronave para verificar acessos estratégicos, para fazer combate com eficiência.”
Mais cedo, o presidente do IHP (Instituto Homem Pantaneiro), Angelo Rabelo, explicou ao Campo Grande News que um novo sistema de alertas foi implantado cobre cerca de 1 milhão de hectares do entorno. Após o monitoramento, é feito contato com autoridades.
Segundo ele, satélites levariam cerca de três dias para detectar o fogo, mas a tecnologia permite a verificação, em um curto espaço de tempo. “Tenho certeza que fará a diferença nesse trabalho de prevenção e combate ao fogo nessa temporada.”
Pantanal - A estação úmida do bioma, que conecta lagoas e forma ampla área alagada, costuma ocorrer entre os meses de outubro e março, enquanto a seca se estende de abril a setembro.
Neste ano, os bombeiros têm feito triagem dos focos de incêndio, monitorados via satélite, para apurar se o fogo é autorizado. Conforme o órgão, caso seja ação ilegal, equipes são mobilizadas e enviados relatórios às autoridades competentes.
De janeiro a julho, o Pantanal já perdeu mais área por incêndios que no mesmo período, no ano passado. O aumento no território queimado foi de aproximadamente 29%, de 99,5 mil para 128,9 mil hectares, segundo o Lasa (Laboratório de Aplicações de Satélites Ambientais) da UFRJ (Universidade Federal do Rio de Janeiro).
Até o fim do ano, decreto de situação de emergência em 14 cidades entra em vigor, com situações especiais para combate a incêndios florestais nos próximos 180 dias.
Em 2021, os Ministérios Públicos de Mato Grosso e Mato Grosso do Sul apontaram que a maior parte (60%) das queimadas no bioma, que resultaram em "impactos incalculáveis à biodiversidade, à saúde humana e à economia", têm como principal hipótese uma ligação com atividades agropastoris.