Sem sinalização, ruas com árvores no meio do asfalto preocupam moradores
Vias serão de sentido duplo, mas faltam pinturas e placas que orientem os condutores
Depois que o asfalto chegou, no mês passado, moradores do Parque Dallas estão intrigados com duas árvores que foram mantidas no meio das ruas. Um parecer técnico de especialista da prefeitura é contra a remoção porque são espécies importantes para a flora da Capital nas ruas Francisco Pinto de Arruda e Dunga de Arruda. O problema maior é que após a implantação do asfalto, não chegou a sinalização horizontal e vertical, o que gera confusão entre os condutores.
Os moradores da região temem até mortes em função de acidentes. O mecânico agrícola, Rogério Macedo, de 42 anos, trabalha próximo ao local da árvore cumbaru, na Rua Dunga de Arruda e critica a permanência da planta.
“Já está ficando perigoso e vai acabar tendo uma morte ali. Infelizmente, dia a mais, dia a menos, as árvores vão acabar saindo dali porque o asfalto já passou e elas estão sendo sufocadas. Só esse maquinário pesado que passou em volta trabalhando já deve ter prejudicado a raiz. É o custo do progresso”, comenta Rogério.
O mecânico não ignora o valor ambiental das árvores, mas sugere que o município tenha muito mais cuidado com outros recursos naturais.“Poderíamos proteger mais as nascentes e também proteger mais os córregos, pois são despejados esgotos o que causa um dano muito maior à população”, critica.
A falta de informação sobre quando vai chegar a sinalização e se as árvores vão mesmo permanecer ali gera expectativa e os moradores questionam todos os dias em conversas entre si, segundo o personal trainer Flávio Gonçalves Prado, de 43 anos, que mora na Rua Dunga há 9 anos.
“Os moradores não receberam nenhuma informação sobre a questão de preservação, vi pelo noticiário que é uma única da espécie. O que preocupa é o trânsito, porque não está sinalizado. Muitos jovens transitam por ali. A rua, agora com asfalto, convida a maior velocidade. Deveria ter sido tudo planejado antes”, diz Flávio.
O morador sugere um memorial e acredita que as árvores já deviam ter sido retiradas e talvez até colocadas em outro local. “Deveria ter planejado tudo isso ates”.
Prefeitura - No mês passado, a Semadur Semadur (Secretaria Municipal de Meio Ambiente e Desenvolvimento Urbano) informou que a decisão foi de manter as árvores em função do parecer técnico da bióloga Gisseli Ramalho Giraldelli dos Santos que era contra a remoção, tanto da cumbaru, quanto da carvoeiro-vermelho, que é a única registrada no perímetro urbano de Campo Grande, conforme o parecer.
No entanto, a Semadur estava avaliando um recurso técnico da Sisep (Secretaria Municipal de Serviços e Obras Públicas) que pediu a remoção da árvore da espécie cumbaru na Rua Dunga de Arruda, onde o asfalto ainda não havia passado. Agora, a via já está asfaltada, mas sem sinalização.
No dia 8 do mês passado, a Sisep (Secretaria Municipal de Infraestrutura e Serviços Públicos) informou que as duas ruas serão de sentido duplo. "Vale ressaltar que a região ainda está em obras e está sendo realizado o estudo técnico para viabilizar a via", respondeu a secretaria em nota.
A reportagem aguarda respostas da Semadur sobre o novo parecer que seria emitido sobre uma das árvores após o pedido da Sisep, além de informações sobre previsão de implantação de sinalização das vias pela secretaria de serviços públicos.