"Despropósito": senadora critica prisão do marido, ex-secretário de MS
Quatro dia depois da prisão de seu marido, o ex-ministro do Planejamento e das Comunicações, Paulo Bernardo, a senadora Gleisi Hoffmann (PT/PR) usou a tribuna do Senado para criticar a ação da PF (Policia Federal) que classificou como midiática, e disse que irá lutar pela “restauração da dignidade e do nome” de seu companheiro. Paulo Bernardo ocupou a Secretaria de Estado de Fazenda em Mato Grosso do Sul, durante o governo de Zeca do PT, entre 1999 e 2000.
"É com muita dor que venho a essa tribuna hoje, dor na alma, dor no coração. Nem em pesadelos eu poderia imaginar que estaria aqui nessa tribuna para defender meu marido, pai dos meus filhos, meu companheiro de caminhada política, de uma prisão”, disse a senadora.
Gleisi chamou a prisão do marido como "injusta". Também diz estar "serena e humilde, mas não humilhada".
“A prisão de Paulo Bernardo foi um despropósito do princípio ao fim. Prisão preventiva? Prevenir o quê? Um processo iniciado em meados de 2015, sem nenhuma diligência feita, nenhuma oitiva realizada, mesmo por diversas vezes ter ele solicitado para depor. Qual risco oferecia meu companheiro à ordem pública?”, questionou.
Velhos conhecidos - Paulo Bernardo e Gleisi Hoffmann são conhecidos em Mato Grosso do Sul, por terem ocupado cargos de secretários no governo do Zeca do PT.
O casal foi denunciado pela Procuradoria-Geral da República em maio deste ano. A acusação que pesa contra eles é corrupção passiva e lavagem de dinheiro.
Esse esquema foi revelado por delatores da Lava Jato. Entre eles o doleiro Alberto Youssef, que em depoimento prestado em novembro do ano passado disse que Paulo Bernardo pediu esse “auxílio” para a campanha da mulher ao Senado.
De acordo com o jornal o Estadão, o inquérito policial concluiu que o casal recebeu R$ 1 milhão de propina de contratos firmados entre empreiteiras e a Petrobras para a campanha de Hoffmann ao Senado em 2010.