"O estrago está sendo grande", diz Marun após denúncias contra Temer
Na manhã seguinte as denúncias contra o presidente Michel Temer (PMDB), o deputado federal Carlos Marun (PMDB), aliado do governo, disse que ainda precisa ouvir o áudio para avaliar o que foi dito pelo presidente, mas avalia que "o estrago está sendo grande".
Em entrevista ao Campo Grande News nesta manhã, o deputado afirmou que a informação vazou ontem, mas agora é preciso ter acesso ao áudio antes de fazer avaliações. Temer foi flagrado en gravação dos irmãos Joesley e Wesley Batista autorizando o deputado federal Rodrigo Rocha Loures (PMDB-PR) a intermediar a resolução de um assunto relativo a holding J&F.
"É uma pena, estou muito triste com tudo isso", disse ele sobre a repercussão mundial das gravações. O deputado completou ao falar que acreditava que o país estava saindo da crise e a atual situação interrompe o processo. "Estávamos gerando até emprego".
Na deleção premiada dos irmãos Batista, eles ainda contam que disseram para Temer que estavam pagando uma mesada para ex-deputado federal, cassado, Eduardo Cunha (PMDB-RJ) e ao operador Lúcio Funaro para permanecerem calados na prisão. A situação foi incentivada por Temer, que afirmou o pagamento deveria ser mantido.
"Precisamos ter acesso a esse áudio, porque ele não fala em corrupção, fala em anuência a um processo no qual ele ajudaria. Estava ajudando o ex-deputado Eduardo Cunha e sua família", disse.
Marun ainda desclassificou Joesley ao afirmar que o empresário "se tornou milionário em favores recebidos durante os governos petistas" e que agora "aceitou estabelecer uma colaboração premiadíssima". O deputado finaliza dizendo que espera que o dono da JBS "não esteja prestando mais um serviço ao PT".
Em relação as reformas, trabalhista e da previdência, que estavam em andamento, Marun que é presidente da comissão especial da reforma da Previdência, disse ainda não jogou a toalha, "mas eu creio que esse assunto que está diretamente comprometido".