Aliados lembram que elegeram Trad até 2012, mas estão prontos para sair
Os aliados ao prefeito Nelson Trad Filho (PMDB) afirmam que a saída de seus filiados dos cargos ocupados no primeiro escalão da Prefeitura Municipal de Campo Grande depende exclusivamente da vontade do prefeito, que é o responsável pelo cargo. Entretanto, afirmam que as candidaturas de seus partidos estão lançadas e não devem ser retiradas por conta dos cargos.
O diretor-presidente da Funesp (Fundação Municipal do Esporte) e presidente municipal do PSDB em Campo Grande, Carlos Alberto de Assis, lembra que a carta de demissão de todos os secretários está assinada desde quando o prefeito ameaçou demitir todo o primeiro escalão. Desta maneira, cabe a Trad decidir quando trocar:
“A hora que ele pedir nós vamos sair. Não tem problema nenhum. O cargo é do prefeito e ele tira a hora que quiser. O PSDB ajudou a elegê-lo até 2012, mas se acha que não é conveniente tem que tirar”. Assis entende que o prazo ideal para a troca é no mês de março, quando normalmente costuma-se exonerar os interessados em concorrer as eleições: “Mesmo porque eles não têm nem candidato definido”, alfinetou.
Assis revela que o presidente estadual do PSDB e pré candidato a prefeitura de Campo Grande, Reinaldo Azambuja, deve definir a situação do partido com o prefeito ainda neste mês. Entretanto, ele já deve se reunir com Azambuja neste fim de semana para definir a situação.
O pré-candidato a prefeitura de Campo Grande pelo PPS, vereador Athayde Nery, afirma que a hora que o prefeito decidir, os secretários vão deixar as pastas, ressaltando que já estão avisados. Ele lembra que o partido tem uma pré-candidatura e se isso significar que devem retirar os cargos, não terá nenhum problema. “Para nós, independe. Estamos com o Nelsinho nesta administração e para a próxima estamos discutindo”.
O Campo Grande News também procurou o secretário da Emha (Empresa Municipal de Habitação), Paulo Matos, e o presidente estadual do PP, deputado Alcides Bernal, mas não conseguiu contato. Matos ocupa a secretaria, mas Bernal já declarou que o partido deveria deixar a pasta. Ambos vivem em conflito dentro do PP. Enquanto Matos defende aliança com Trad, Bernal quer ser candidato no grupo de oposição a atual administração.
Trad declarou na manhã de ontem (2) que além da saída da primeira-dama Maria Antonieta da função de secretária, a Prefeitura pode ter mais mudanças até o fim do ano nos cargos ocupados por integrantes de partidos que podem não estar ao lado do PMDB nas eleições de 2012. Ao falar da saída, o prefeito afirmou que o tempo de adaptação de um secretário ou presidente de fundação é de no mínimo 90 dias, o que justificaria a antecipação.
O PSDB tem hoje a Secretaria de Educação, ocupada por Maria Cecília Amêndola e a Funesp, presidida por Carlos Alberto de Assis. Já o PPS tem como secretários Luiza Ribeiro, que preside a Funsat (Fundação Social do Trabalho) e Roberto Figueiredo, diretor-presidente da Fundação de Cultura.
No dia 17 de junho deste ano o prefeito fez todos os secretários assinarem uma carta de demissão. Na ocasião ele afirmou que os secretários estavam "desleixados, acomodados e descompromissados" com a prefeitura da Capital. O prefeito chegou a declarar que não tinha tempo para testar secretários e cobrou a fidelidade dos aliados.
“Quem é base. Quem é fiel, tem que ser base e ser fiel. De outro jeito pra mim não serve. Eles que vão criticar na oposição. Eles não podem fazer parte de um governo e criticar o governo que eles fazem parte. Que é isso? Eles estão criticando os próprios indicados pelo partido deles ? Isso não justo”, desabafou a época.