Nelsinho diz que secretários estão desleixados e sem compromisso
O prefeito Nelsinho Trad (PMDB) fez o histórico do que o levou a pedir que todos os secretários assinassem carta de demissão na última sexta-feira (17). Ele afirma que os secretários estão "desleixados, acomodados e descompromissados" com a prefeitura da Capital.
“No nosso entendimento, a gota d´água foi algumas questões que também aconteceram na esfera política, com partidos que usufruem da administração, lançam candidatos sem conversar conosco. Então juntou a parte administrativa com a parte política”, afirmou o prefeito.
Nelsinho disse que não tem mais tempo para testar secretários para ver se eles se enquadrarão na política administrativa da prefeitura.
“Exigi que todos (secretários) assinassem o pedido de demissão. Todos assinaram. Estou com elas (cartas de demissão) aqui, todas assinadas. Vou fazer uma reunião, secretaria por secretaria e com todos os cargos comissionados, na quinta e sexta-feira. Temos onze secretárias. Todas as fundações, IMPCG, Funesp, e todas que tiveram penduradas em alguma secretária, também farão partes destas reuniões”.
Sem citar nome de nenhum secretário, Nelsinho generalizou e deixou o recado bem claro.
“Eu vou exigir que todos tenham disposição, vontade de trabalhar, vontade de acertar e a partir de então, aquele que não corresponder, vou mandar publicar a carta (de demissão) que ele assinou”.
Entre os pontos que o tem desanimado na administração, ele citou as obras que estão "enroladas", a questão administrativa que está emperrada e as críticas dos aliados, “que esquecem que estão pendurados na administração com cargos de direção de secretarias, direção de fundações”.
Nelsinho garante que não é do tipo de pessoa que não suporta críticas, "muito pelo contrário, sei absorver muito bem isso, mas o que eu não posso aceitar, são situações, que possam acabar com minha paciência. Ineficiência, comodidade, críticas infundadas. O que me inspirou a tomar essa medida foi a própria ação do PPS, de cobrar fidelidade e eu acho isso muito interessante. Quem é base, quem é fiel, tem que ser base e ser fiel, de outro jeito pra mim não serve. Eles que vão criticar na oposição. Eles não podem fazer parte de um governo e criticar o governo que eles fazem parte. Que que é isso? Eles estão criticando os próprios indicados pelo partido deles ? Isso não justo”, desabafou Nelsinho.
Propaganda- Trad ainda criticou a postura do deputado federal e pré-candidato a prefeitura da Capital, Reinaldo Azambuja (PSDB), que comentou na semana passada que a secretaria mais bem avaliada no município seria a da educação, que pertence ao ninho tucano.
“Eles (secretários) tem um prefeito acima das secretarias, se o prefeito não age, não da prioridade, condições de trabalhar, não adianta nada. Os louros quando as coisas estão bem sempre vão para os outros. As críticas quando as coisas vão mal, recaem todas no prefeito”, reclamou Nelsinho.
Ele comentou que avisou o governador da atitude e que Puccinelli o aconselhou a ir com calma, mas respondeu que ele não tem mais paciência e quer eficiência administrativa.
“Eu não tenho mais o direito de esperar, no dia 1º de julho vai faltar 18 meses para eu entregar o cargo, tem muita coisa pra resolver, que as coisas não andam. Eu não vou ficar aqui dando condições para vários partidos, que estão pendurados na minha administração, que compõem a administração para ser criticados por eles”.
Candidatos - Nelsinho afirmou que os secretários que querem sair candidatos têm todo o direito, mas não podem servir a dois senhores, uma hora criticando o prefeito e em outro momento se servindo dele. Ele afirmou que todos os secretários que querem sair candidatos, independentes de partidos serão exonerados em dezembro.
O prefeito finalizou dizendo, que a população está insatisfeita com a administração, que não precisa de nem de pesquisa para afirmar isso, basta sair nas ruas.
“Eu não estou pensando em 2014, estou pesando em terminar bem minha administração e vou terminar custe o que custar, doa a quem doer” finalizou Trad.
O prefeito comunicou nesta manhã (20) a decisão oficialmente aos vereadores, Carlos Borges (PSB), os tucanos, Professora Rose, João Rocha, e Critovão Silveira, Atayde Nery (PPS) e Mário Cesar (sem partido) e a tarde, se reunirá com os vereadores da base aliada, às 16 horas na prefeitura.