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Política

Prefeito pediu cargos de secretários para “fidelizar” aliados

Aline dos Santos e Ítalo Milhomem | 20/06/2011 11:47
“Não se pode conviver com o ‘fogo amigo’”(Foto: João Garrigó / Arquivo)
“Não se pode conviver com o ‘fogo amigo’”(Foto: João Garrigó / Arquivo)

Ameaçando de demissão os secretários municipais e ocupantes de cargos comissionados, o prefeito Nelsinho Trad (PMDB) cobra fidelidade dos partidos aliados.

Na última sexta-feira, o prefeito de Campo Grande foi radical. Ele deu prazo de uma semana para que os secretários consultem as siglas partidárias que os indicaram. “Todos os agentes políticos de outros partidos consultem suas siglas para dizer se continuam na base aliada ou não apoiam o prefeito”, afirma o secretário de Governo, Rodrigo Aquino. Na ocasião, todos os secretários assinaram carta de demissão a pedido. O PPS comanda a Fundac (Fundação Municipal de Cultura) e Funsat (Fundação Social do Trabalho); o PSDB está à frente da secretaria de Educação e a Funesp (Fundação Municipal de Esporte); o PP comanda a Emha (Agência Municipal de Habitação).

A decisão de fidelização dos aliados é um desdobramento de uma reunião realizada na última segunda-feira. O dia de Santo Antônio, feriado municipal em Campo Grande, foi dedicado à reunião entre o prefeito, o governador André Puccinelli (PMDB) e vereadores. “Foi uma reunião lúcida, tranquila. Discutimos a sucessão para 2012”, afirma o presidente da Câmara, vereador Paulo Siufi (PMDB).

Macho - Na reunião, os vereadores reclamaram do “fogo-amigo” e da inércia do secretariado que assessora o prefeito. De acordo com Siufi, foi questionadas situações em que os partidos tem indicados na prefeitura, mas, já de olho na sucessão municipal, fazem ataques contra o prefeito.

“Não são críticas construtivas, mas destrutivas. Não se pode conviver com o ‘fogo amigo’”, justifica Siufi, que cobiça a indicação de candidato do PMDB à eleição para a prefeitura de Campo Grande.

A decisão do prefeito ganhou fartos elogios de Siufi. “Nesse próximo um ano e meio, o Nelsinho vai mostrar quem é o Nelsinho Trad. Ele foi muito macho de tomar uma decisão dessa”, elogia. Para Siufi, o prefeito já definiu as novas indicações. “Foi uma estratégia bem feita”, avalia.

Hoje, às 16h, o prefeito vai se reunir com os vereadores da base aliada.

Mágoa – Os parlamentares também expressaram ao prefeito descontentamento quanto à atuação dos secretários municipais. “São questões básicas que devem ser bem tratadas. O vereador faz uma indicação e não obtém resposta. As críticas ficam para o vereador e o prefeito. Enquanto os secretários, que não tiveram um voto, ficam de bonzinho e gostosão na história”, dispara Siufi.

O vereador Carlos Borges, o Carlão (PSB), que foi hoje à prefeitura para cobrar obras no bairro Nova Lima, também partiu para o ataque. “O prefeito tem intenção de ser governador do Estado e não pode estar cercado de secretário que não quer trabalhar”.

Companheiros - O PMDB está no comando da prefeitura desde 1993. Mas, para 2012, os partidos aliados, como PR e PSDB, pressionam em busca de apoio dos peemedebistas na disputa pelo comando da maior cidade de Mato Grosso do Sul.

Na sexta-feira, Londres do Machado (PR) disse que espera retribuição do PMDB com apoio à candidatura do deputado federal Edson Giroto (PR). Já o PSDB deve indicar o deputado federal Reinaldo Azambuja para disputar a prefeitura da Capital. Do PPS, o vereador Athayde Nery também se apresenta como pré-candidato.

Em risco – O primeiro escalão da prefeitura é formado pelas secretarias de Governo e Relações Institucionais, cujo titula é Rodrigo Aquino, Administração (Aurenice Rodrigues Pinheiro Pilatti), Receita (José César de Oliveira Estoduto), Planejamento, Finanças e Controle (Paulo Sérgio Nahas), Políticas e Ações Sociais e Cidadania (Maria Antonieta Amorim Trad), Educação (Maria Cecilia Amendola da Motta), Desenvolvimento Econômico, de Ciência e Tecnologia e do Agronegócio (Edil Afonso Albuquerque), Meio Ambiente e Desenvolvimento Urbano (Marcos Antonio Moura Cristaldo), Infraestrutura, Transporte e Habitação (João Antônio De Marco) e Saúde Pública (Leandro Mazina Martins).

Na edição de hoje do Diário Oficial, não foi publicada demissões, somente a nomeação de Ana Lúcia Lyrio como secretária de saúde durante as férias de Mazina.

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