André cobra lealdade e sugere saída aos que "insurgirem" contra candidato
Segundo o ex-governador, a base do partido ainda tem grupos de whatsapp do tipo "Volta André"
As mensagens do ex-governador André Puccinelli (MDB) têm feito sucesso nos grupos de whatsapp. Na mais recente, ele cobra lealdade dos colegas de partido e pede para que todos "vistam a camisa" pela candidatura de Márcio Fernandes à Prefeitura de Campo Grande.
Para o ex-governador, nesse momento é preciso ter disciplina partidária. "Aos que se insurgirem, peçam licença do partido. Ou se tem lealdade e disciplina ou não. Em especial aos candidatos à vereador", disse, sem citar nomes.
André insiste que não disputará a eleição municipal deste ano e pede o direito ao esquecimento em 2020. "Eu não vou ser candidato e a mensagem é para dizer: esqueçam o André agora".
Hoje pela manhã, em entrevista ao Campo Grande News, ele afirmou que a ideia de enviar a mensagem surgiu porque a base do partido ainda mantém vários grupos de whatsapp com o nome "Volta André".
Puccinelli explica que o texto não é direcionado a nenhum membro do partido. "Mas ainda tem muitos que pensam com a ideia das regras antigas da eleição", detalha. "Na base do MDB não vai ter problema. Se eu estou pedindo, os que são 'andresista' vão respeitar. O retornou já começou", completa.
O vereador Loester Nunes (MDB) reconhece que existe grupo que pede a volta do André. "Mas ele decidiu que não e acabou. Essa colocação é exatamente para que o grupo de candidatos a vereador assuma responsabilidade e tenham consciência para apoiar o candidato posto. Porque se um candidato a vereador não aceitar isso não tem como ser candidato mesmo", diz. "Eu estou satisfeito com a decisão do partido", completa.
Já o vereador Wilson Sami (MDB) reforça que o nome do candidato foi deliberado dentro do partido. "O Márcio Fernandes é o nosso candidato, é unânime", afirma.
O presidente estadual do MDB, Júnior Mochi, explica que a mensagem foi direcionada para a base do partido. "Ele quis traduzir para todos que a candidatura é do Márcio Fernandes. Porque o pessoal acha que o André vai pode ser candidato. Todo mundo perguntar e ele está deixando claro", afirma.
De acordo com Mochi, a movimentação interna na sigla é natural, já que o ex-governador foi prefeito de Campo Grande. "Ele está pedindo o empenho de todo e o partido tem que ter fidelidade", completa.
O deputado estadual e pré-candidato a prefeito pelo MDB, Márcio Fernandes, vê que há um desejo em apoiar o ex-governador. "Não é que não querem me apoiar, é que muitos queriam apoiar ele", diz. "Mas o desejo do André é de não ser candidato e essa foi uma decisão pessoal dele. Eu reconheço que ele teria uma densidade eleitoral muito alta, poderia até vencer no primeiro turno", acha.
"Não acredito que tenham insatisfeitos ou que tenham pessoas que me rejeitam, apenas alguns insistiam que tinham que ser o André", resumiu o deputado estadual.
Ele ressalta que o seu nome não foi imposto. "Coloquei meu nome a disposição, mas em nenhum momento foi imposição tanto que se tivesse outra pessoa escolhida, eu seria o primeiro a apoiar", afirma.
Aposta - Em mensagem anterior, enviada por André logo depois da definição do nome de Márcio Fernande como pré-candidato, fez o prefeito de Campo Grande Marquinhos Trad (PSD) engrossar o coro da base emedebista na última quinta-feira (5).
Durante evento público, ele reforçou o palpite de que o ex-governador disputará a Prefeitura da Capital. Para o prefeito, se superar os problemas judiciais, o ex-governador vai tentar "passar despercebido" e "do dia para a noite" lançar a candidatura.