Após atentado, Ribas tem bolão e aposta de 2 mil sobre quem vence eleição
Vídeo postado nas redes sociais gerou polêmica entre os eleitores em ano de pleito tumultuado
Jogatina e até atentado com tiros de metralhadora antecedem o dia das eleições no município de Ribas do Rio Pardo, distante 102 quilômetros de Campo Grande. O caldo de polêmicas engrossou nesta quinta-feira, coma divulgação de vídeo do atual vice-prefeito, Luíz Carlos Dutra (PDT), tirando as notas de R$ 100 do bolso para apostar R$ 2 mil na vitória de um dos candidatos.
A prática não é considerada ilegal, mas alguns eleitores se ofenderam com a atitude, já que envolve alguém que ainda ocupa cargo público. “Nossa, quanta falta de respeito com a população. É triste isso”, comentou uma das eleitoras no post publicado nas redes sociais.
Vestido de camisa cinza, Dutra aparece no vídeo com outros dois eleitores juntando o dinheiro da aposta. O palpite dele é na vitória de José Domingues Ramos (PSDB), no próximo domingo. Conhecido como Zé Cabelo, ele é ex-prefeito da cidade e tenta ocupar o cargo pela 4º vez.
Por telefone, Dutra afirmou à reportagem do Campo Grande News, que a atitude trata-se apenas de uma brincadeira e não viu a como desrespeitosa. “Em cidade do interior isto é corriqueiro. Há mais de 100 apostas deste tipo”, afirmou.
O atual vice-prefeito ressaltou ainda que participou do jogo como cidadão, em momento fora do desempenho da função pública e utilizou seu dinheiro para fazer a aposta.
A série de comentários na publicação também revelou a realização de um suposto bolão na cidade, com a finalidade de premiar quem chegar mais próximo do número de votos que cada um dos seis candidatos irá receber.
Não é ilegal – De acordo com o advogado constitucionalista André Borges, as práticas de aposta e bolão nas eleições não são consideradas ilegais. “Ausente lei vedando e não envolvendo recursos públicos, apesar de achar inadequada a aposta (por envolver assunto sério demais), nada existe para ser reparado ou objeto de investigação”, explicou.
Quando muito, segundo ele, o fato poderia ser enquadrado como "jogo de azar", da lei das contravenções penais, com pena prevista de 3 meses a 1 anos de prisão, porém, a aposta, neste caso, é entendida apenas como uma iniciativa “particular, não organizada ou sistematizada, sem maiores repercussões”.
Atentado – Na noite da última terça-feira (10), a casa de Fabiana Silveira Galvão, 46 anos, candidata a prefeita pelo MDB na cidade, foi alvo de vários disparos de arma de fogo. O caso foi investigado pela Polícia Civil.