Após largar serviço para ir ao carnaval, colunista pede exoneração do cargo
Logo após o prefeito, Marquinhos Trad (PSD), reclamar publicamente na Câmara Municipal da falta ao trabalho do servidor Dácio Correa, o chefe do Executivo recebeu um pedido de desculpas junto a uma carta de exoneração. O colunista foi nomeado esta semana como diretor-presidente do Centro Multiuso "O Picolé", retroativo a 1 de janeiro, com salário de R$ 8 mil.
O motivo, segundo o agora ex-diretor, foi a repercussão de viagem que fez ao Rio de Janeiro na terça-feira (21), um dia após sua nomeação para, segundo ele, confirmar sua participação no Carnaval 2017.
"Me vejo, por dever moral e funcional, solicitar meu afastamento do cargo para o qual fui nomeado recentemente para administrar o Instituto Picolé", justificou, em carta pública nesta quarta-feira (22), acrescentando que representa Mato Grosso do Sul no evento carioca há vários anos.
Justifica ainda que a viagem foi de última hora, já que o cadastramento junto à organização do evento foi aberto "de maneira repentina diante de um comunicado oficial da Rio-Tur", com prazo de 48 horas, reconhecendo que, "por ser figura pública, deveria ter comunicado os superiores, não tendo avaliado adequadamente as consequências políticas".
Procurado pelo Campo Grande News, o colunista não comentou a exonoeração. Foi breve, disse que a bateria estava acabando e pediu que a reportagem retornasse amanhã. "Estou na prefeitura, logo você vai saber das novidades", finalizou, antes de desligar.
Dácio Corrêa foi candidato a vereador nas últimas eleições, tendo obtido 122 votos.
Entenda o caso - Na manhã desta quarta-feira (22), durante visita à Câmara Municipal, o prefeito, Marquinhos Trad (PSD) disse que havia determinado o retorno imediato do servidor e emendou: “A maior dificuldade que estamos tendo (na Prefeitura) é com seres humanos. A maior pressão que estou sofrendo”.
“Liguei para ele e pedi para voltar imediatamente do Rio de Janeiro, pois não havia motivos de trabalho para ir pra lá”, afirmou o prefeito, reclamando em seguida sobre o que classificou como principal problema na gestão municipal. “A maior dificuldade que estamos tendo é com seres humanos. A maior pressão que estou sofrendo”.
De acordo com Marquinhos, muita gente procura a prefeitura pedindo cargos, inclusive de chefia, em Ceinfs (Centro de Educação Infantil) e escolas, por exemplo.
Casos como este, além dos pedidos de emprego, leva o chefe do Executivo a buscar auditoria interna no quadro de funcionários. "A ideia seria para descobrir onde cada um está lotado, entre outras informações, mas, o custo disso seria alto", finalizou.
O Município tem mais de 20 mil servidores.