Após nova reunião, trabalhadores reforçam denúncias contra construtoras
A CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito) das construtoras promoveu nova audiência nesta quarta-feira, na Assembleia Legislativa, para colher novos depoimentos. É a terceira reunião desde que o grupo foi criado.
O escrivão da polícia civil, Luiz Carlos Botelho, que denunciou a MRV Engenharia por trabalho escravo, depôs à comissão esta tarde e afirmou que, há oito meses, constatou cerca de 20 trabalhadores da construtora em situação desumana no bairro Arnaldo Estevão Figueiredo.
Entre as irregularidades, relatou que encontrou funcionários dormindo no chão, com salários em atraso e descumprimento de obrigações trabalhistas.
“Eles relataram ainda que não podiam nem faltar no trabalho por motivos de doenças se não recebiam punições da empresa”, destacou Luiz.
Estevão Villalba Filho, que também prestou depoimento na CPI contra a MRV, disse acreditar que a construtora opta por fazer “rodízio” de funcionários.
O diretor de relações institucionais da MRV, Sérgio Túlio Vieira, defendeu a empresa das acusações. Ele assegurou que o rodízio de funcionários na construção civil é comum, garantiu que a empresa não tem qualquer problema relacionado ao atraso ou falta de pagamento a trabalhadores.
“Nós pagamos tudo corretamente para a empresa mas soubemos por meio da mídia que a empreiteira tinha abandonado o mercado e não havia pago os seus funcionários”, contou Sérgio que ficou de apresentar à Comissão um relatório especificando os pagamentos efetuados aos trabalhadores. (Com informações da assessoria)