Após uma década de investigação, três são condenados por desvio de R$ 60 milhões
Servidores criaram esquema que fraudava holerites de funcionários do município
Quase 10 anos depois do início da Operação Cornucópia em Corumbá, ação oriunda da investigação da Polícia Federal resultou na condenação de pelo menos três servidores do município acusados de fraude no sistema de folha de pagamento. Outros dois foram absolvidos por falta de provas.
Em decisão de 118 páginas o juiz Marcelo da Silva Cavassara condenou Márcio Aparecido Cavasana a oito anos e quatro meses de prisão em regime fechado. Já Samuel Paiva de Figueiredo a quatro anos e seis meses de reclusão e Luis Mário Maciel a seis anos e dez meses de prisão ambos em regime semiaberto. Luiz Marcos Ramires e Pedro Marinho foram absolvidos.
A Operação Cornucópia, que teve vários desdobramentos em uma década, apurou desvio de mais de R$ 60 milhões dos cofres do município de Corumbá através de empréstimos feitos por servidores cooptados por Márcio, Samuel e Luiz entre os anos de 2008 e 2013, durante os dois mandatos de Ruiter Cunha, falecido em 2017.
Conforme a investigação, o esquema criminoso consistia no aumento ilegal da folha de pagamento de servidores atraídos pela organização, com consequente aumento na margem para contratação de empréstimos consignados.
Os empréstimos eram aprovados e, posteriormente, os valores eram sacados na rede bancária e repassados à cúpula do grupo, gerando prejuízo cofres públicos. O montante obtido ilegalmente é de exatos R$ 60.608.424,58.