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Política

Bernal e vereadores divergem de tudo em reunião tensa na Câmara

Edivaldo Bitencourt e Antonio Marques | 16/09/2015 10:25
Bernal faz reunião para prestar contas aos vereadores (Foto: Antonio Marques)
Bernal faz reunião para prestar contas aos vereadores (Foto: Antonio Marques)

Queda de braço, tensão e até a discussão sobre a presença ou não da imprensa marca a reunião do prefeito da Capital, Alcides Bernal (PP) e os vereadores. Os parlamentares cobraram resultados do chefe do Executivo, que reassumiu dia 25 de agosto e ainda não conseguiu concluir a nomeação da equipe.

Acompanhado pelos secretários municipais de Governo, Paulo Pedra, e de Planejamento, Finanças e Controle, Disney Fernandes, Bernal e os presentes foi informado pelo presidente, em exercício, da Câmara, vereador Flávio César (PTdoB) que o evento seria fechado e que a imprensa acompanharia apenas a abertura. Porém, alguns parlamentares e o próprio prefeito pediram a Flávio César que os jornalistas pudessem acompanhar a reunião, por tratar-se de informações públicas.

O presidente da Casa contou que havia um entendimento feito com Paulo Pedra de que a reunião seria fechada. No entanto, diante dos questionamentos apresentados e com o aval de Bernal, o melhor mesmo era que a imprensa permanecesse e levasse as informações para a sociedade.

O segundo ponto a causar polêmica foi sobre a necessidade de se apresentar os números da finança do município. Ex-líder de Gilmar Olarte no legislativo, Edil Albquerque (PMDB) defendeu que Bernal pulasse a parte do balanço financeiro, porque já era de conhecimento de todos. Bernal discordou do vereador e disse que se não fosse feita a apresentação dos dados não havia razão para a reunião continuar.

Vencido na argumentação, Edil cobrou solução para os problemas da Capital, como a greve na coleta do lixo, a falta de merenda nas creches e os buracos nas ruas. Bernal reagiu e rebateu. Ele argumentou que está no cargo há 13 dias úteis. “O tic TAC do mundo político é diferente do tic TAC do relógio”, justificou-se, sobre as cobranças.

Em seguida, Disney começou a falar sobre a situação da Prefeitura Municipal de Campo Grande. Ele destacou que o município tinha tradição de ter caixa suficiente. No entanto, segundo o secretário, a situação piorou com a administração de “completa irresponsabilidade”. Apesar de criticar, ele não citou nominalmente Gilmar Olarte.

O antecessor de Fernandes no cargo, André Scaff, que é procurador jurídico da Câmara, também participa do encontro e destacou que a grande vilã do desequilíbrio financeiro é a folha de pagamento. Os salários de agosto somaram R$ 96 milhões.

Ele acusou a administração de Bernal, antes de Olarte assumir, de elevar os salários dos servidores apesar da evolução da receita ter sido baixa. “Isso comprometeu as contas”, criticou Scaff.

Disney Fernandes apresentou um quadro com a evolução da receita e da despesa neste ano. Em fevereiro, o superávit chegou a R$ 137 milhões, já que é o mês de pagamento do IPTU (Imposto Predial e Territorial Urbano). Em julho, o déficit ficou em R$ 6 milhões. No mês passado, foram R$ 85,1 milhões de receita, contra despesa de R$ 117,2 milhões, com deficit de R$ 34,2 milhões.

Conforme os dados apresentados pelo atual titular da Seplanfic, houve aumento na receita do município de pouco mais de 5% em 2015, se comparado ao ano anterior.

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