Bernal gastou R$ 380 milhões com tapa-buracos, denuncia relator de CPI
O relator da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) do Calote, vereador Elizeu Dionízio (PSL), considera “absurdo” o valor gasto pela prefeitura de Campo Grande com a operação tapa-buraco nos últimos seis meses, que totalizaria R$ 380 milhões. “A prefeitura pagou de janeiro a junho R$ 83 milhões com tapa-buraco e o que foi empenhado no período chega a R$ 297 milhões”, afirmou Elizeu, que como relator da CPI teve acesso a dados de contratos e gastos da Prefeitura de Campo Grande.
O tamanho do gasto surpreende, segundo Elizeu Dionízio, pelo fato de ter sido realizado em tão pouco tempo. “E não pode justificar com o empréstimo de R$ 420 millhões, que também tem uma parte para pavimentação asfáltica”, enfatizou o vereador. “O gasto é anterior à aprovação dos R$ 420 milhões em junho”, acrescentou.
Com base em informação não oficial, o relator da CPI do Calote aponta que a despesa seria superior até mesmo ao montante gasto pelo governo do Estado no serviço de tapa-buracos realizados nas rodovias.
Diante dessas constatações do vereador, o secretário municipal de Infraestrutura e Transportes da Prefeitura, Semy Ferraz, foi procurado para posicionar-se, mas a informação de seus assessores foi a de que ele estava em reunião e não poderia falar. Até o fechamento desta matéria, não houve retorno ao pedido do Campo Grande News.
Elizeu Dionízio também considera muito elevado e com poucos resultados efetivos para a população os gastos do prefeito Alcides Bernal com a saúde pública. “Foram mais de R$ 300 milhões gastos na área da saúde nos primeiros seis meses do ano”, apontou.
Para ele, não há como justificar esse patamar de despesa. “O que é que foi construído em matéria de unidade de saúde, ampliado. O que foi feito é a implantação da rede móvel de saúde, que não entendi ainda para que serve, e um mutirão”, disse o relator da CPI. “Falam de contratação de médicos, mas quantos tem hoje?”, questionou o vereador, garantindo que seu requerimento não foi respondido pelo Executivo. “Como saber se mais de 400 médicos foram contratados? O que sabemos é que um grupo consegue plantão a mais”, declarou.