Bernal manda base aliada criar CPI para investigar situação da saúde
Após quase duas horas de reunião, o prefeito de Campo Grande, Alcides Bernal (PP), incumbiu sua base aliada na Câmara Municipal de angariar o número de assinaturas suficiente para instaurar uma CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito) da Saúde na Casa de Leis.
A atitude do progressista foi impulsionada por uma reportagem veiculada pelo Fantástico, programa dominical da Rede Globo, onde novamente o escândalo de corrupção no tratamento de pacientes com câncer em hospitais públicos da Capital foi exposto.
Na Câmara Municipal, dos 29 prefeitos, nove são aliados de Bernal. Oito vereadores participaram do encontro: Airton Araújo, Zeca do PT e Marcos Alex, do PT; Chocolate e Cazuza, do PP; Rose Modesto e João Rocha, do PSDB; e Luiza Ribeiro, do MD. Somente Gilmar da Cruz (PRB), que está em viagem na Terra Santa, não participou da reunião.
“Vamos nos reunir com as bancadas para aprovação do requerimento da CPI, como já tentamos em março”, explicou Luiza. Na primeira vez que houve tentativa, ela e Zeca foram os responsáveis por arrecadar assinaturas. Na época o líder do prefeito na Casa, vereador Marcos Alex, não aceitou orientações de Bernal e foi contra a criação da comissão.
“Também sou contra a CPI da Saúde. É muito abrangente, vai ser a CPI do fim do mundo”, disse o petista na ocasião. Hoje o discurso dele é totalmente diferente, agora Alex concorda com a gravidade dos fatos e ressaltou que a comissão criada para cuidar especificamente do escândalo do câncer não apresentou resultados.
“A comissão não deu resposta satisfatória, não tem um calendário especifico, não fizeram nenhum reunião oficial e não tem o poder de investigar de maneira legal”, afirmou o líder. Desta vez ele defendeu que a Câmara deve respaldo à sociedade. “O prefeito vai manter contato com o presidente (vereador Mario Cesar) para que haja participação do Legislativo”, anunciou.
Investigação – Mesmo sem saber se a CPI será ou não aprovada, os vereadores decidiram na reunião que haverá oitiva com os secretários que passaram pela pasta da Saúde nas últimas gestões. Segundo Alex, nos últimos oito anos não houve prestação de contas de dinheiro público alocado aos hospitais do Câncer e Universitário.