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Política

Bernal pede que 29 vereadores votem pela criação da CPI do câncer

Nícholas Vasconcelos e Helton Verão | 06/05/2013 18:39
O secretário de Saúde, Ivandro Fonseca, e o prefeito Alcides Bernal (PP), apresentam evolução dos repasses para HC e HU. (Foto: Marcos Ermínio)
O secretário de Saúde, Ivandro Fonseca, e o prefeito Alcides Bernal (PP), apresentam evolução dos repasses para HC e HU. (Foto: Marcos Ermínio)

O prefeito Alcides Bernal (PP) disse na tarde desta segunda-feira (6) que espera que os 29 vereadores de Campo Grande assinem pela criação da CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito) para investigar o tratamento de câncer no Hospital do Câncer e HU (Hospital Universitário).

Em entrevista coletiva na tarde de hoje, acompanhado do secretário de Saúde, Ivandro Fonseca, Bernal disse que considera muito graves as denúncias apresentadas na reportagem do Fantástico, da TV Globo, neste domingo (5), e que todos os vereadores devem assinar pela criação da Comissão.

“Para um problema grave como esse, os 29 devem assinar”, afirmou. Bernal disse que os vereadores que dizem não ter votado pela criação da CPI alegando que os serviços do hospital seriam interrompidos estão mentindo, porque, segundo o prefeito, mesmo com a investigação o atendimento à população continua. Ele lembrou que agora é a hora do grupo de vereadores conhecido como G-6 provar independência e aprovar a medida.

Bernal disse que a culpa pela situação do Hospital do Câncer é de alguns funcionários, como o ex-diretor Adalberto Siufi, e não de toda a unidade.

Documentos mostrados pelo secretário Ivandro Fonseca mostram que o HC recebeu R$ 91,7 milhões em repasses municipais de 2005 a 2012, além de R$ 5,1 milhões este ano. Os repasses começaram em R$ 5,6 milhões em 2005 e chegaram a R$ 15,6 milhões anuais no ano passado.Segundo Bernal e Fonseca, durante oito anos não houve prestação de contas do repasse para a unidade.

Já o HU recebeu no mesmo período R$ 130 milhões pelo pagamento de serviços prestados para o Município. Eles afirmaram que uma comissão formada por especialistas em finanças, contabilidade e administração médica vão vistoriar os repasses para as unidades, que deveram prestar contas de onde o dinheiro foi empregado.

“Quem não prestar contas vai ser investigado”, revelou o prefeito. Ele não afastou a possibilidade de colocar um servidor da Prefeitura dentro do HC e do HU para acompanhar o funcionamento dos hospitais.
Sobre os pagamentos feitos na administração do ex-prefeito Nelson Trad Filho (PMDB), Bernal disse que espera que o Ministério Público e a PF (Polícia Federal) se manifestem.

Força-Tarefa – Nesta segunda-feira (6), o ministro da Saúde, Alexandre Padilha, vai anunciar a criação de uma força-tarefa para investigar as irregularidades no Hospital do Câncer e no HU da UFMS (Universidade Federal de Mato Grosso do Sul) mostradas pela reportagem da TV Globo.

A reportagem mostrou as denúncias da operação Sangue Frio, da PF (Polícia Federal) e CGU (Controladoria-Geral da União), deflagrada em março deste ano. Conforme as investigações, o serviço de radioterapia do HU foi desmontado propositalmente pelo ex-diretor José Carlos Dorsa para beneficiar o Hospital do Câncer e clínicas particulares do médico Adalberto Siufi, então diretor-geral da unidade e ex-diretor do setor de oncologia do hospital da UFMS.

Já no Hospital do Câncer era cobrado pelo tratamento de pacientes que já estavam mortos. A auditoria da CGU mostrou que de R$ 25 milhões em contratos na unidade, R$ 11 milhões foram direcionadas a empresas da família dos diretores do hospital.

Conforme o Ministério da Saúde, desde 2010 as duas unidades são monitoradas por suspeita de fraudes e as informações foram repassadas pelo Denasus (Departamento de Audiotira do Sistema Único de Saúde) para que a operação fosse realizada.

O MPE (Ministério Público Estadual) também investiga a situação do Hospital do Câncer e uma semana antes da operação Sangue Frio havia pedido o afastamento da diretoria da unidade. Empresas ligadas aos diretores prestavam serviço para o hospital, o que foi questionado pelo MP.

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