HC demite farmacêutica e rompe com empresa de Adalberto Siufi
O Hospital do Câncer demitiu a farmacêutica Renata Burale e decidiu romper o contrato com a empresa NeoRad, do ex-diretor, Adalberto Siufi. Também pedirá a abertura de processo ético e decide amanhã se afasta o médico da instituição hospitalar.
A informação é do diretor-presidente do Hospital do Câncer, Carlos Coimbra, que ficou “chocado” com as revelações feitas ontem à noite pelo programa Fantástico, da TV Globo. No entanto, ele descartou alguma ligação entre a denúncia e a demissão de Renata.
Conforme Coimbra, ela foi demitida, sem justa causa, porque ocupava cargo de confiança e tinha salário incompatível com a função. Renata recebia R$ 3,6 mil por mês e estava no hospital desde 2010.
A demissão ocorreu na sexta-feira. Apesar do diretor negar qualquer relação com a denúncia, ele ficou sabendo do caso na quinta-feira. Renata era a gerente da farmácia.
No programa da emissora carioca, ela aparece trocando remédio receitado pela médica por um mais barato a pedido da diretora administrativa na época e filha de Siufi, Betina Siufi. Em um dos diálogos gravados pela Polícia Federal, a farmacêutica diz: “Estou com uma prescrição aqui de um paciente do CTI, que a médica passou um antifúngico pra ele”. Betina Siufi: “É caro pra cacete esse negócio. Nem f..., desculpa o termo. Tá?”. Renata diz: “Essa doutora Camila que passa essas coisas cabulosa. Na hora que eu vi o preço, eu falei ‘Não’”.
Diretor – O Hospital do Câncer, após a denúncia, decidiu romper o contrato com a empresa Siufi e Safar (NeoRad). A empresa foi notificada hoje de que o contrato será suspenso após o prazo legal de 30 dias.
Amanhã, o Conselho Curador do HC se reúne para decidir se mantém o contrato com Siufi, que é médico e ainda presta serviço no hospital. Ele só foi afastado do cargo de chefia.
Coimbra contou que ficou chocado e indignado com as declarações do médico. Ele contou que, até ontem, os indícios contra Adalberto eram apenas administrativos, como desvio de recursos, favorecimento de empresas particulares e pagamento de tratamento para pacientes mortos.
Com a denúncia de ontem, o hospital pedirá para o Conselho Regional de Medicina abrir processo ético contra o médico. “Estou muito triste, me chocou, me indignou, como a maioria da população”, disse o diretor-presidente, sobre as denúncias feitas pelo Fantástico.