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Política

Bumlai é acusado de emprestar R$ 12,1 milhões para pagar dívidas do PT

Edivaldo Bitencourt e Viviane Oliveira | 24/11/2015 10:20
Policiais federais cumprem mandado de busca e apreensão em Campo Grande (Foto: Marcos Ermínio)
Policiais federais cumprem mandado de busca e apreensão em Campo Grande (Foto: Marcos Ermínio)

O pecuarista sul-mato-grossense José Carlos Bumlai, preso em Brasília (DF) na Operação Passe Livre, na 21ª fase da Lava Jato, é acusado de simular empréstimos para quitar dívidas do PT. Ele também é acusado de quitar dívidas da campanha a reeleição do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) em 2006, do qual é amigo.

Durante entrevista coletiva em Curitiba (PR), os integrantes da Força Tarefa da Operação Lava Jato, explicaram que Bumlai fez um empréstimo de R$ 12,1 milhões no Banco Schahin em 2004. No entanto, no mesmo dia, o pecuarista concedeu empréstimo no mesmo valor ao produtor Natalino Bertin, um dos sócios do Frigorífico Bertin.

Segundo depoimento feito por Sandro Tordin, presidente do banco entre 1998 e 2007, o financiamento foi autorizado após intervenção do tesoureiro do PT na época, Delúbio Soares, do ex-ministro José Dirceu.

O empréstimo foi quitado no dia 27 de janeiro de 2009 sem a cobrança de juros, de acordo com a investigação. No dia seguinte, segundo o MPF (Ministério Público Federal), o Banco Schahin assinou o contrato de US$ 1,6 bilhão para construir a sonda Vitória 10.000 para a Petrobras. O acordo teria sido intermediado por Bumlai.

Ele é acusado ainda de realizar outros empréstimos junto ao banco. De acordo com o juiz Sérgio Moro, as investigações apontam que Bumlai estava a serviço do PT para quitar dívidas de campanha.

Para quitar os financiamentos, ele usava empresas de fachada. Em um dos casos, Bumlai disse que quitou com a venda de embriões. No entanto, em depoimento à Polícia Federal, um dos sócios do banco, Salim Schahin, negou a compra de embriões do pecuarista para saldar o financiamento.

Bumlai foi preso em Brasília e encaminhado para depor na superintendência da PF em Curitiba. Ele foi o único preso preventivamente na Operação Passe Livre. O nome é alusão ao fato de Bumlai ter acesso livre ao gabinete do presidente da República na época de Lula, de quem é amigo.

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