Busca por petróleo em MS anima deputados, que falam até em 'novo Texas'
A 14ª Rodada de Licitações da Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis para busca de petróleo e gás natural aconteceu nesta quarta. Petrobrás arrematou todas as áreas de MS
A 14ª Rodada de Licitações da ANP (Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis) para busca de petróleo e gás natural aconteceu nesta quarta-feira (27) e quem arrematou todas as áreas que serão exploradas em Mato Grosso do Sul foi a estatal Petrobrás. A busca dos recursos ainda é horizonte distante, além de abranger uma região geologicamente desconhecida, mas os deputados estaduais já visualizam a riqueza do petróleo 'inundando' Mato Grosso do Sul.
Texas brasileiro - A possibilidade de encontrar petróleo, o material fóssil mais procurado em todo o mundo, ainda tem as características de 'lenda' em Mato Grosso do Sul. No Estado, apesar do escasso conhecimento científico sobre os recursos que serão explorados, a maior possibilidade é que se encontre gás.
Para o republicano Paulo Correira (PR), no entanto, se o Estado tirar o bilhete premiado na corrida do petróleo, pode se tornar um 'Texas brasileiro'. O Estado sulista dos Estados Unidos é o maior produtor de petróleo e derivados do país, e um dos maiores do mundo.
"Quem sabe poderemos virar um estado como Texas", comentou, ao citar os rumores sobre existência de petróleo no pantanal. O leilão e a futura exploração dos recursos são acompanhados de perto pela 4ª Câmara de Meio Ambiente e Patrimônio do MPF (Ministério Público Federal), que questiona a agressividade dos métodos de exploração, em especial do xisto.
Toda a questão é, inclusive, marcada pelos protestos de várias celebridades dos Estados Unidos, que promovem uma campanha contrária à exploração dos 'fósseis'. Paulo Correia declarou, entretanto, que é uma chance de alavancar a economia sul-mato-grossense.
Já Felipe Orro (PDT) acredita que o suposto petróleo sul-mato-grossense pode gerar uma indústria desconhecida no Estado: mais empregos e diversificação da economia. "No entanto, é importante que a empresa seja séria e idônea, para que as coisas sejam feitas de forma regular".
Dano ambiental - Em Mato Grosso do Sul, a zona de interesse é a Bacia do Paraná, nos municípios de Água Clara, Anaurilândia, Angélica, Bataguassu, Batayporã, Brasilândia, Campo Grande, Deodápolis, Ivinhema, Nova Alvorada do Sul, Nova Andradina, Novo Horizonte do Sul, Ribas do Rio Pardo, Rio Brilhante, Santa Rita do Pardo, Taquarussu e Três Lagoas.
Após pedido de apuração do subprocurador da República e coordenador da 4ª Câmara, Nívio de Freitas Silva Filho, a Procuradoria da República no Estado instaurou procedimento administrativo para acompanhar e apurar o processo. Isso porque os procedimentos de extração em reservatórios não convencionais são vistos com preocupação. Um dos procedimentos utiliza grande volume de água, além da adição de insumos na mistura injetada no subsolo, que podem contaminar a água subterrânea.
Renato Câmara (PMDB) enfatiza que o momento ainda é marcado pela especulação, mas declarou "ver com bons olhos o leilão". "Mato Grosso do Sul pode entrar entre os Estados que tem petróleo, trazendo novos recursos e melhorando nossa economia, por isso, apesar de no momento ser uma especulação, vejo com bons olhos este leilão para que, ao menos, seja verificado se temos condições de sermos produtores de petróleo".
O petróleo é um recurso chave na exportação e base para uma série de produtos utilizados mundialmente. É esse o valor econômico que promove a riqueza de corporativas e estatais de países onde o recurso é abundante, a exemplo dos Estados Unidos.
A esperança do deputado Lídio Lopes (PEN), no entanto, é que o fóssil, caso encontrado, barateie o combustível no Estado.
"Mato Grosso do Sul já foi sondado no passado para saber se tinha petrpoleo ou não, se houver eu espero ao menos que consiga baratear o preço do combustível. Já somos produtores de álcool, temos usinas, mas o combustível é caro aqui no Estado, pois o álcool produzido aqui vai para São Paulo e depois volta para ser distribuído aqui", opinou.