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Política

Candidato a prefeito foi preso por tráfico e é réu por exploração à prostituição

Munir Sadeq tem candidatura contestada por adversários devido a seu histórico de prisões e investigações

Por Jhefferson Gamarra | 25/09/2024 11:32
Campo Grande News - Conteúdo de Verdade
Munir Sadeq Ramunieh candidato a prefeitura de Ladário pelo PSDB (Foto: Divulgação)
Munir Sadeq Ramunieh candidato a prefeitura de Ladário pelo PSDB (Foto: Divulgação)

A coligação “Unidos pelo Futuro de Ladário”, formada por diversos partidos, entrou com uma ação na Justiça Eleitoral para impugnar a candidatura de Munir Sadeq Ramunieh à prefeitura de Ladário, município a 426 quilômetros de Campo Grande.

O candidato já foi preso por tráfico de pessoas e responde a processos por corrupção ativa e favorecimento à prostituição. Investigações, conduzidas pelo MPF (Ministério Público Federal), apontam que o tucano também está envolvido em esquemas de contrabando e sonegação fiscal, que teriam causado prejuízo de R$ 600 milhões. Os partidos adversários alegam que seu histórico de prisões, investigações por crimes graves e irregularidades em campanhas passadas o tornam inelegível para o pleito municipal de 2024.

O MPF e a Polícia Federal investigam Munir há mais de uma década. O candidato foi alvo de operações policiais que investigaram o desvio de conduta de servidores da Receita Federal, lotados na inspetoria de Corumbá, que facilitavam o contrabando em troca de propinas. Munir é citado como responsável pela logística desses empreendimentos, fornecendo apoio para as operações de contrabando.

Além disso, documentos do MPF indicam que Munir e sua família teriam obtido grande parte de seus rendimentos por meio da exploração da prostituição, operando uma rede que funcionava como uma organização criminosa. Entre 2003 e 2006, Munir Sadeq Ramunieh manteve uma casa noturna em Corumbá, que foi alvo de investigações da Polícia Federal e do Ministério Público Federal. As investigações da época apontaram o envolvimento do ex-vereador com tráfico de pessoas, exploração sexual e prostituição, gerando convocação para depor em duas CPIs na Câmara dos Deputados em 2012, que investigaram o tráfico de pessoas no Brasil.

 O candidato também já foi preso em São Paulo, em 2012, por tráfico ilícito de entorpecentes e tráfico internacional de pessoas. As investigações culminaram na operação Vulcano, deflagrada pela PF em 2008, que desmantelou um esquema de importações e exportações ilegais através da fronteira Brasil-Bolívia, envolvendo empresários, despachantes aduaneiros e servidores da Receita Federal.

Em 2015, Munir teve bens bloqueados pela Justiça após ser acusado de enriquecimento ilícito durante seu mandato como vereador em Ladário. Ele foi um dos alvos de investigações sobre o uso irregular de diárias para viagens fictícias, que causaram prejuízo de quase R$ 500 mil ao município.

Nas eleições municipais de 2020, Munir já havia tentado concorrer à prefeitura de Ladário, mas sua candidatura foi barrada pelo TER-MS (Tribunal Regional Eleitoral de Mato Grosso do Sul). Na ocasião, o Ministério Público apontou que o candidato não se desincompatibilizou de suas atividades empresariais no prazo estipulado pela legislação eleitoral. Munir era proprietário de um posto de combustíveis que tinha contratos com a prefeitura de Ladário, e deveria ter se afastado de suas funções seis meses antes da eleição, o que não ocorreu. A empresa fornecia combustível para secretarias e fundações do município, o que configurou conflito de interesses e violação das regras eleitorais.

À Justiça Eleitora, a defesa de Munir Sadeq Ramunieh contesta a impugnação de sua candidatura com base na alegada ausência de documentos necessários para o registro. Segundo seus advogados, a suposta falta de certidões mencionadas pela acusação foi devidamente sanada dentro do prazo legal, em conformidade com a Resolução TSE nº 23.609/2019, que permite a apresentação posterior de documentos complementares. Além disso, a defesa reitera que todas as certidões exigidas, tanto estaduais quanto federais, já foram apresentadas e indicam que o candidato está em pleno gozo de seus direitos políticos.

Os advogados afirmam ainda que a impugnação carece de fundamentos, pois as certidões judiciais apresentadas comprovam que não há condenações ou processos em andamento que comprometam a elegibilidade de Munir Ramunieh. A defesa sustenta que as informações fornecidas pelo impugnante são equivocadas e que o candidato cumpre todos os requisitos legais para concorrer ao pleito, sendo o processo de impugnação apenas uma tentativa de tumultuar a candidatura.

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