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Política

Com previsão de volta ao Senado, Delcídio confirma 'sim' contra Dilma

Parlamentar era líder do governo, foi preso e, após a libertação, divulgou informações comprometedoras sobre o governo Dilma

Mayara Bueno | 18/04/2016 09:49
Senador Delcídio do Amaral (sem partido). (Foto: Arquivo)
Senador Delcídio do Amaral (sem partido). (Foto: Arquivo)

Com a previsão de voltar ao Senado ainda nesta semana, Delcídio do Amaral (sem partido-MS) diz que votará 'sim' pelo impeachment da presidente Dilma Rousseff (PT). Aprovado pelos deputados no domingo (17), o processo segue para análise dos senadores, onde deve ser lido e uma comissão montada na terça-feira (17).

Próximo de Dilma até a sua prisão, em novembro passado, enquanto era líder do governo no parlamento, Delcídio revelou uma série de informações em sua delação premiada que implicam a presidente e o ex-presidente Lula (PT) nas tentativas de atrapalhar a Lava Jato, operação que investiga a corrupção na Petrobras. As declarações dele foram determinantes para a abertura do processo, embora os fatos mencionados não foram incluídos no pedido de afastamento.

O senador não foi encontrado, mas a assessoria de comunicação dele confirmou o voto de Delcídio pelo impeachment. Vence, na terça-feira (19), mais uma licença médica do parlamentar, mas ainda não foi confirmado se ele já retorna ao Senado ou renova o afastamento por mais dias.

No parlamento, o senador enfrenta um processo de cassação de mandato. Delcídio do Amaral foi preso sob acusação de tentar obstruir as investigações da Operação Lava Jato. Ele ofereceu R$ 50 mil por mês e um plano de fuga para que o ex-diretor da Petrobras Nestor Cerveró não fechasse acordo de colaboração com o Ministério Público. O filho de Cerveró gravou a conversa e entregou o áudio à Justiça, o que resultou na prisão em flagrante do senador. O senador ficou preso por quase três meses e teria fechado acordo dias antes de ser liberado. A partir daí, uma série de escândalos foram divulgados.

No Senado – O processo de afastamento deve chegar no Senado ainda nesta segunda-feira (18) e lido na terça-feira (19). Lá, os parlamentares terão de abrir nova comissão, eleger membros, além do relator e presidente. Depois, eles analisarão o conteúdo e decidirão por maioria simples pela aceitação ou não do processo.

Se aceitarem, Dilma é afastada por 180 dias, se rejeitado, a situação é arquivada. Neste período, em caso de admissibilidade, os senadores farão colherão possíveis provas e documentos, e a presidente se defenderá. No fim, acontecerá um julgamento em conjunto com o presidente do STF. Uma vez aprovando o impeachment, a presidente é destituída definitivamente e o vice-presidente da República, Michel Temer (PMDB) assume de vez o comando do País. Na Câmara, o afastamento foi aprovado por 367 votos a favor contra 137 “não”.

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