Com salário de R$ 20 mil para Bernal, folha municipal aumenta meio milhão
Com o reajuste de 31% indicado pelos vereadores nesta quinta-feira, o salário do prefeito eleito de Campo Grande, Alcides Bernal (PP), a partir de 2013, deve chegar de R$ 20,8 mil. O atual rendimento do chefe do Executivo Municipal é de R$ 15,8 mil.
Como o aumento do salário do prefeito também reajusta o rendimento mensal do vice-prefeito, dos 11 secretários municipais, de 52 auditores da Receita Municipal, além de pelo menos três médicos da rede pública de Saúde e outros dois servidores da Educação, o custo da folha do funcionalismo público da Capital deve ficar cerca de meio milhão mais cara a partir do ano que vem.
O projeto que trata da modificação no salário do prefeito será votado amanhã (21) na última sessão do ano na Câmara Municipal. O índice de 31% foi definido nesta manhã em consenso entre os parlamentares.
Eles tiveram que colocar a matéria na pauta hoje para haver tempo regimental e colocar o texto para votação nesta sexta-feira. Como o Executivo não enviou a mensagem sobre o assunto, a Câmara utilizou da prerrogativa de criar um decreto legislativo.
Isso porque servidores da Receita do município voltaram à Câmara nesta quinta. Eles pressionam que o salário do prefeito seja reajustado sob o argumento de que estão com os vencimentos congelados desde 2006.
Bernal declarou, até agora, que não pediria aumento em seu salário, nem tinha interesse, no entanto, vereadores defenderam a votação do projeto para não prejudicar os servidores, que representam 26 categorias.
“Independente de não querer o aumento, ele (Bernal) não pode prejudicar as categorias e se não quiser ele que doe (salário) para instituições”, declarou o vereador Lídio Lopes (expulso do PP).
“Ele tem o salário de deputado estadual (R$ 24 mil) e vai vir para a função de prefeito com um salário menor?”, questionou Mário César (PMDB) ao falar sobre o assunto.
O peemedebista ainda revelou que a reivindicação dos servidores era reajuste de 72% para repor as perdas desde 2006 e, segundo ele, com esse percentual, o impacto seria de R$ 1,2 a R$ 1,8 milhão na folha da Prefeitura por mês.
César também usou outros números para constatar a defasagem do salário desses funcionários públicos municipais. Segundo ele, um secretário do primeiro escalão ganha R$ 8,4 mil, bruto, e passará a receber R$ 12 mil, caso o reajuste de 31% seja sacramentado na votação de amanhã.
Conforme ele, um secretário adjunto da Prefeitura tem rendimento de R$ 10,7 mil e o diretor-presidente de algumas fundações tem salário de R$ 11,2 mil, valores superiores aos dos secretários, pois o critério de reajuste destes cargos não é baseado no salário do prefeito.