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Política

Cortes na Petrobras podem ameaçar fábrica de fertilizantes do MS

Débora Diniz, de Brasília | 19/05/2011 15:48

Delcídio chama atenção para plano de investimentos da estatal, que está sendo reformulado

Senador Delcídio Amaral fala de preocupação com investimento em Três Lagoas.
Senador Delcídio Amaral fala de preocupação com investimento em Três Lagoas.

A pressão para que a Petrobras recue da intenção de ampliar seu plano de investimentos pode comprometer a instalação da fábrica de fertilizantes em Mato Grosso do Sul. Esta é a preocupação do senador Delcídio do Amaral, que tem conversado com diretores da estatal para assegurar que o projeto seja executado.

“Vamos acompanhar de perto e evitar que tenhamos prejuízo. Se tiver que cortar, que cortem em outro lugar, não em Mato Grosso do Sul”, diz o parlamentar.

A Petrobras adiou o anúncio do plano de investimentos 2011-2015, inicialmente previsto para 13 de maio, justamente para reajustá-lo. A preocupação do governo é que um volume maior de investimentos por parte da estatal aqueça demais a economia e provoque aumento da inflação.

O tamanho dos eventuais cortes ainda não foi definido, mas a pressão é para que a empresa – no máximo – mantenha o volume de investimentos atuais, de aproximadamente R$ 224 bilhões. A expectativa anterior era de que o patamar subisse para perto de R$ 270 bilhões.

De acordo com a Folha de S.Paulo, o presidente do BNDES, Luciano Coutinho, considera o plano ambicioso e difícil de ser implementado. Já o ministro da Fazenda, Guido Mantega, teria pedido à estatal para preparar um plano de investimentos “mais realista, menos agressivo, sem excessos e com foco na eficiência.”

“Quando isso acontece, existe a mania de cortar “dowstream”, que é justamente a refinaria, a produção. E minha preocupação é que a fábrica de fertilizantes entre nesse processo”, explica Delcídio.

A fábrica de fertilizantes nitrogenados – a UFN III – será instalada no município de Três Lagoas. A licença para a construção do complexo foi obtida em fevereiro e a previsão é de que a produção comercial seja iniciada em abril de 2014.

Com capacidade para 1,2 milhão de toneladas de ureia e 761 toneladas de amônia por ano, será a maior unidade de fertilizantes nitrogenados da América Latina. Hoje o Brasil importa 67% da ureia consumida no País.

“Precisamos ficar muito atentos a essa discussão. Não podemos aceitar isso, porque é um investimento fundamental não só para o nosso estado, mas para todo o Brasil, porque vai diminuir a dependência em insumos importados para a agricultura", pondera o senador.

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