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Política

CPI avalia sistema de unidades de saúde e constata falhas

Mariana Lopes e Helton Verão | 19/09/2013 19:40
(Foto: Cleber Gellio)
(Foto: Cleber Gellio)

Durante a tarde desta quinta-feira (19), os relatores da CPI da Saúde, da Assembléia Legislativa, deputados estaduais Amarildo Cruz (PT) e Junior Mochi (PMDB), acompanhados de técnicos de informática e do diretor-presidente da Telemídia e Technology International, Naim Alfredo Beydoun, visitaram a UBSF (Unidade Básica de Saúde Familiar) do bairro Maria Aparecida Pedrossian, em Campo Grande, avaliaram o Gisa (Gerenciamento de Informações em Saúde) e encontraram falhas no sistema que atende a rede pública.

Os relatores questionaram o motivo pelo qual o sistema ainda não é usado 100%. No posto visitado, por exemplo, dos 12 módulos do sistema que foram desenvolvidos, seis estão disponíveis e apenas três estão em funcionamento, e ainda de forma parcial e precária, segundo avaliação dos relatores.

Na UBSF do Maria Aparecida Pedrossian funcionam o portal de voz, o agendamento por telefone e atendimento clínico, no qual o médico passa a receita digitalizado no sistema para o farmacêutico. Contudo, a reclamação geral dos profissionais da saúde é de que o sistema é muito lento, por isso desistiram de usá-lo e voltaram à forma tradicional, ou seja, receita prescrita no papel.

Na farmácia da UBSF o problema é ainda maior, pois a receita precisa ser digitalizada pelo farmacêutico. Segundo um atendente, a unidade de saúde atende, em média, 60 pacientes por dia. A queixa dos profissionais é de que sem o sistema o trabalho fica acumulado. O farmacêutico do local afirmou que há receitas do final de junho ainda para serem digitalizadas.

Por outro lado, há módulos do sistema que funcionam perfeitamente e ainda assim não são utilizados pelos funcionários, como é o caso do portal de voz e agendamento, através do número 160. Para provar que funciona, Naim ligou, conseguiu agendar uma consulta e apresentou o relatório de ligações. “Falei que ia matar a cobra e mostrar o pau”, disse o presidente da Telemídia.

Diante do episódio, os funcionários da UBSF disseram que não conhecem a ferramenta do portal de voz e agendamento, por isso não utilizam. Contudo, Naim disse que gostaria de resolver o problema e deixar o sistema funcionando integralmente.

“Estou disposto a sentar, conversar e negociar, pois além de não estar atendendo a população, eu to perdendo dinheiro”, afirmou o empresário, que pretende expandir o sistema a outros estados.

Segundo Naim, ele está há 9 meses sem trabalhar com o sistema por causa de “questão política”. Ele lembrou que no contrato, feito ainda na gestão do ex-prefeito Nelson Trad Filho (PMDB), estava a promessa de dois anos de garantia do sistema, que seria bancada por 40 guardiões, que estariam à disposição da Prefeitura só para dar suporte ao sistema. Porém, segundo ele, a atual gestão descartou.

Ao final da visita, o deputado Junio Mochi falou que agora é importante levantar se é o sistema que está lento ou se é a rede que não está preparada. “Cabe a nós levantar os fatos e colocar dentro do relatório final”, afirmou Mochi, explicando ainda que a UBSF do Maria Aparecida Pedrossian foi escolhida aleatoriamente para avaliar o quanto funciona o Gisa, e prometeu realizar visitas em outras unidades.

Segundo o deputado Amarildo Cruz, o sistema está inacabado e foi gasto muito, por isso é preciso fazê-lo funcionar. “Não estamos responsabilizando uma pessoa ou outra, mas a todos”, concluiu Amarildo.

A visita foi também acompanhada pelo secretário adjunto da Saúde, Victor Rocha, pelo coordenador técnico André Castro e pela assessoria de imprensa da Prefeitura.

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