CPI da Saúde da Assembléia recebe denúncias de irregularidades em Coxim
Os integrantes da CPI da Saúde da Assembleia receberam diversas denúncias na reunião realizada ontem em Coxim, entre elas o superfaturamento de serviços, o não cumprimento da carga horária dos médicos e o sucateamento de veículos da saúde. Os deputados também questionaram a “omissão” do atual secretário Rogério Márcio Souto que não repassou estas denúncias aos órgãos competentes.
De acordo com a comissão, o secretário deveria ter acionado tanto a prefeitura como o MPE (Ministério Público Estadual), porém este apenas elaborou um relatório interno. “O relatório feito pela Secretaria de Saúde não resolve nada se não for entregue aos órgãos responsáveis”, ressaltou o presidente da CPI, o deputado estadual Amarildo Cruz (PT).
A presidente do conselho municipal, Eliza Magali, destacou que além do não cumprimento da carga horária dos médicos, falta medicamentos e melhorias nas estruturas do setor. Ela ainda revelou que o conselho não aprovou as contas dos antigos secretários de saúde, já que tinham “problemas” e falta de informações necessárias. “Seríamos coniventes com a situação”, destacou.
Os ex-secretários Mário Nakada (gestão 2009 a 2010) e Gilberto Portela Lima (2011 a 2012) reconheceram que realizavam diversas ações em regime de urgência, sem licitação, porém negaram qualquer irregularidade. Em relação ao Hospital Regional de Coxim, os deputados visitaram o local e afirmaram que a estrutura é do primeiro mundo, porém precisa de equipamentos modernos e contratação de profissionais especializados.
O diretor do hospital, Marcelo César Ferreira, ressaltou que a unidade tem uma despesa mensal de R$ 680 a 800 mil e atende 3 mil pessoas por mês. Ele também afirmou que desconhece a denúncia que após a inauguração das UTIs, estas tenham sido retiradas do hospital.
A CPI da Assembleia investiga os repasses dos recursos do SUS (Sistema Único de Saúde) para unidades de saúde do Mato Grosso do Sul nos últimos cinco anos. A comissão é formada pelos deputados Amarildo Cruz (PT), presidente, Junior Mochi (PMDB), relator, Lauro Davi (PSB), Maurício Picarelli (PMDB) e Onevan de Matos (PSDB).